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Internacional
Sábado - 04 de Fevereiro de 2006 às 16:59

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Damasco - Milhares de pessoas puseram fogo hoje nas embaixadas da Dinamarca e da Noruega em Damasco, capital da Síria, em protesto contra a publicação de caricaturas do profeta Maomé em jornais desses países. Manifestações públicas costumam ser reprimidas com ferocidade pelas forças de segurança da Síria - país governado por um regime ditatorial -, por isso se especula que a polícia foi pega de surpresa ou não agiu com o costumeiro rigor tão logo os protestos começaram.

Desde que na semana passada começaram os protestos no mundo árabe e islâmico, quase diariamente centenas de pessoas se sentavam diante da embaixada dinamarquesa, no centro de Damasco, num protesto pacífico. Hoje, eram milhares e começaram a atirar pedras.

Depois que a embaixada dinamarquesa foi incendiada, os policiais usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que se dirigiam para a representação norueguesa, situada a uns 6 quilômetros de distância. Mas a multidão rompeu as barreiras e pôs fogo no prédio. As pessoas também atiraram pedras contra os carros da polícia, disseram testemunhas. Segundo as autoridades locais, ninguém ficou ferido.

A TV norueguesa informou que os funcionários da embaixada não estavam dentro do edifício quando o fogo começou. O prédio da Embaixada da Dinamarca, onde também funcionam as representações da Suécia e do Chile, estava vazio.

Depois, os manifestantes se dirigiram para a Embaixada da França - outros país onde jornais reproduziram as caricaturas. A polícia isolou o prédio a tempo e conteve a multidão.

Em resposta, os Ministérios do Exterior da Dinamarca e da Noruega emitiram comunicado advertindo seus cidadãos para saírem imediatamente da Síria.

As caricaturas causaram furor no mundo islâmico em parte porque uma interpretação estrita da lei muçulmana proíbe que se façam imagens do profeta. Agravando a ofensa, uma das caricaturas mostra Maomé usando um turbante em forma de bomba.

As caricaturas saíram inicialmente na Dinamarca, e em seguida em jornais de outros países europeus, num sinal de solidariedade pela liberdade de imprensa.





Fonte: AP

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