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Internacional
Sábado - 04 de Fevereiro de 2006 às 15:48

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As tropas de paz da ONU e a polícia aumentaram o patrulhamento na capital do Haiti no sábado para repelir a violência durante a primeira eleição no país caribenho desde que Jean-Bertrand Aristide foi deposto, há dois anos. Um funcionário da ONU disse que as tropas haviam planejado um "exercício" para assegurar que as frequentemente adiadas eleições presidenciais e parlamentares, agora marcadas para terça-feira, acontecessem de um modo seguro.

"As pessoas verão muitos soldados e policiais nas ruas para assegurar que as pessoas saibam que a eleição acontecerá com muita calma", disse David Wimhurst, um porta-voz da missão da ONU no Haiti.

Um veículo branco da ONU com meia dúzia de soldados com capacetes azuis cruzava uma grande via próxima ao aeroporto de Porto Príncipe, e soldados paravam ônibus para revistar os passageiros.

"Esta é uma cidade perigosa e um período perigoso. As pessoas estão nervosas", disse um soldado brasileiro que integra as forças da ONU, perto do aeroporto. "Nós estamos nervosos."

O Haiti estava tenso a três dias da votação, destinada a levar a nação mais pobre das Américas de volta à democracia depois que Aristide, um campeão dos pobres acusado de despotismo e corrupção, foi levado ao exílio após uma rebelião sangrenta em fevereiro de 2004.

Dois candidatos à presidência, o homem de negócios Charles Baker e o ex-presidente Leslie Manigat, tinham os maiores comícios de rua planejados para sábado em Porto Príncipe, enquanto a campanha chegava a suas horas finais. O governo decretou que a campanha deveria terminar até a noite de domingo.

O candidato favorito Rene Preval, um ex-aliado de Aristide que sofre a oposição da elite empresarial do Haiti, cancelou um grande comício em frente ao Palácio Nacional no sábado por causa de ameaças de um ataque contra seus simpatizantes.

As forças da ONU, enviadas para dar suporte à frágil polícia do país depois que a rebelião de 2004 levou Aristide ao exílio na África do Sul, tem cerca de 7.300 soldados e 1.800 policiais civis.

A despeito dos temores de violência, líderes políticos e autoridades eleitorais convocaram os 3,5 milhões de eleitores a comparecerem às urnas, mesmo que isso signifique andar quilômetros até os centros de votação.

"É apenas o seu voto que estabelecerá uma verdadeira paz no país", disse o presidente Boniface Alexandre aos haitianos em um pronunciamento pela TV na noite de sexta-feira. "É apenas o seu voto que estabelecerá uma democracia verdadeira."

O Haiti, onde a maior parte da população ganha menos de 2 dólares por dia, tem sido devastado pela violência desde a queda de Aristide, em 29 de fevereiro de 2004.

Tropas de paz estão frequentemente em conflito com gangues em bairros pobres, centenas de pessoas já foram mortas e cerca de 2.000 sequestradas no ano passado.

A violência parecia ter sido debelada nos últimos dias. Medidas preventivas para a eleição de terça-feira estavam em curso. Escolas fecharam na sexta-feira e não devem abrir em uma semana. As repartições públicas só reabrem na quarta-feira, e a American Airlines cancelou seus vôos para Porto Príncipe na segunda-feira e na terça-feira.





Fonte: EFE

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