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Internacional
Sábado - 04 de Fevereiro de 2006 às 15:38

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Cerca de 40 mil pessoas compareceram ao maior protesto contra o governo tailandês em 14 anos no sábado para ouvir um ex-aliado exortar o primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, a renunciar ao cargo. Muitos dos manifestantes disseram ter se reunido para mostrar sua reprovação à venda, por 1,9 bilhão de dólares, da empresa de telecomunicações Shin Corp, fundada por Thaksin, pelos filhos do premiê.

"Ele disse que a economia está indo bem, mas estava falando da economia dos seus camaradas", gritou o ex-aliado de Shinawatra e magnata da mídia Sondhi Limthongkula, que usava uma faixa na cabeça com os dizeres "Salve o País" em frente a manifestantes de camisetas amarelas.

"Nos últimos cinco anos, Thaksin administrou o país apenas para beneficiar suas próprias empresas", disse Sondhi, que começou sua campanha para derrubar o premiê em setembro passado. Thaksin, que disse que a venda da Shin Corp à empresa estatal de investimentos de Singapura, Temasek, havia sido feita em parte para acabar com tais acusações, que ele nega, jurou permanecer no cargo.

"Eu não vou desistir", disse Thaksin à nação em seu pronunciamento semanal no rádio antes que os protestos começassem. "Mais importante, eu não decepcionarei aqueles que votaram em mim e que têm tanta fé em mim."

Thaksin, que venceu duas eleições gerais de maneira esmagadora, disse que o capital da Shin Corp cresceu em linha com o índice do mercado de ações da Tailândia nos últimos cinco anos, período em que está no poder, enquanto ações de outras empresas importantes tiveram um desempenho até quatro vezes melhor.

E disse ainda que o rei Bhumibol Adulyadej —que não tem poder formal sob a monarquia constitucional da Tailândia, mas que é muito reverenciado— era a única pessoa que ele ouviria.

"Se sua majestade me disser ''Thaksin, você deve ir'', eu me curvaria imediatamente a seus pés e renunciaria."

SEGURANÇA PESADA

Ele pediu a seus partidários que permanecessem longe das manifestações para evitar atos de violência. O comício reuniu muito menos pessoas do que Sondhi esperava e não houve relatos de conflitos.

Sondhi, que começou sua campanha contra o governo depois que seu talk show foi retirado da TV estatal, esperava que o furor em torno da venda da Shin Copr atrairia mais de 100 mil pessoas ao protesto. A polícia disse que cerca de 40 mil compareceram.

Mesmo assim, foi o maior protesto desde maio de 1992, quando manifestantes protestaram contra a junta militar do general Suchinda Kraprayoon. Dezenas de pessoas foram mortas em uma semana de confrontos com soldados.

No sábado, pelo menos 3.000 policiais foram destacados para manter a ordem na Royal Plaza, um praça cerimonial a uma quadra do gabinete de Thaksin, na Casa do Governo.





Fonte: EFE

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