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ONU admite que desarmamento no Haiti fracassou
Porto Príncipe - A ONU fracassou nos esforços de desarmar a população civil no Haiti, admitiu o chefe da missão de paz no país, embaixador Juan Gabriel Valdés. "O grande fracasso da missão tem sido a dificuldade no processo de desarmamento", afirmou Valdes em entrevista à BBC na mansão onde vive, em Porto Príncipe.
Dois anos depois da queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, acusado de armar milícias durante o seu governo, estima-se que 210 mil armas circulem no país de 8 milhões de pessoas. A maioria estaria nas mãos de gangues, que as usam em seqüestros, assaltos e tráfico de drogas.
Segundo Valdes, a dificuldade em desarmar a população civil - um dos objetivos da missão que envolve mais de 9 mil militares e policiais da ONU - advém do fato de que não existe, no país, um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para abrir mão do que pode ser não só seu único meio de proteção, mas também seu sustento.
"O que temos aqui são indivíduos que possuem armas que são provavelmente o maior bem que possuirão na vida. Esses indivíduos mantêm essas armas porque eles não confiam no futuro, porque sabem que essas armas são a única forma de entrar nas gangues ou de ser salvo das gangues”, disse o diplomata chileno.
"Temos de criar confiança, erradicar o medo, que é uma precondição que ainda não alcançamos e que apenas o tempo vai produzir.” Sem poder contar com a segurança pública, as elites contratam serviços de empresas particulares, negócio que se proliferou nos últimos dez anos no Haiti.
Mas a população que não pode arcar com esse luxo fica sujeita à ação das gangues, tendo que, como no caso das favelas e os traficantes brasileiros, morar cara a cara com os bandidos.
O general José Elito Siqueira, brasileiro que comanda as tropas da ONU no Haiti e está subordinado a Valdes, só tem elogios para a atuação do contingente que acaba de assumir, mas no caso do desarmamento também reconhece que a missão está com "meio objetivo conquistado".
"Sem uma situação planejada de reintegração, fica difícil haver o desarmamento e a reintegração, isso realmente precisa melhorar", disse Siqueira. "Uma pessoa não vai entregar uma arma se não tiver esperanças (de melhora)." Tanto Valdes como Siqueira dizem que o Haiti tem uma "tradição" de violência nas eleições, mas ambos minimizam preocupações de que isso vai dissuadir os haitianos de ir às urnas no próximo dia 7 - o voto é facultativo no país.
Dois anos depois da queda do presidente Jean-Bertrand Aristide, acusado de armar milícias durante o seu governo, estima-se que 210 mil armas circulem no país de 8 milhões de pessoas. A maioria estaria nas mãos de gangues, que as usam em seqüestros, assaltos e tráfico de drogas.
Segundo Valdes, a dificuldade em desarmar a população civil - um dos objetivos da missão que envolve mais de 9 mil militares e policiais da ONU - advém do fato de que não existe, no país, um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para abrir mão do que pode ser não só seu único meio de proteção, mas também seu sustento.
"O que temos aqui são indivíduos que possuem armas que são provavelmente o maior bem que possuirão na vida. Esses indivíduos mantêm essas armas porque eles não confiam no futuro, porque sabem que essas armas são a única forma de entrar nas gangues ou de ser salvo das gangues”, disse o diplomata chileno.
"Temos de criar confiança, erradicar o medo, que é uma precondição que ainda não alcançamos e que apenas o tempo vai produzir.” Sem poder contar com a segurança pública, as elites contratam serviços de empresas particulares, negócio que se proliferou nos últimos dez anos no Haiti.
Mas a população que não pode arcar com esse luxo fica sujeita à ação das gangues, tendo que, como no caso das favelas e os traficantes brasileiros, morar cara a cara com os bandidos.
O general José Elito Siqueira, brasileiro que comanda as tropas da ONU no Haiti e está subordinado a Valdes, só tem elogios para a atuação do contingente que acaba de assumir, mas no caso do desarmamento também reconhece que a missão está com "meio objetivo conquistado".
"Sem uma situação planejada de reintegração, fica difícil haver o desarmamento e a reintegração, isso realmente precisa melhorar", disse Siqueira. "Uma pessoa não vai entregar uma arma se não tiver esperanças (de melhora)." Tanto Valdes como Siqueira dizem que o Haiti tem uma "tradição" de violência nas eleições, mas ambos minimizam preocupações de que isso vai dissuadir os haitianos de ir às urnas no próximo dia 7 - o voto é facultativo no país.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/320748/visualizar/
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