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Expulsão de diplomatas muda patamar de conflito EUA-Venezuela
Venezuela e Estados Unidos levaram seu conflito político além da retórica acalorada, ao expulsarem mutuamente funcionários diplomáticos.
Com a ajuda do dinheiro do petróleo e o incentivo de seu amigo cubano Fidel Castro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lidera a oposição latino-americana ao governo norte-americano, promovendo sua revolução socialista como um antídoto à influência dos EUA.
Fazendo acusações que remetem à Guerra Fria, o governo venezuelano expulsou na quinta-feira o adido naval norte-americano em Caracas, sob suspeita de espionagem, e ameaçou mandar embora toda a missão militar dos EUA se algum de seus membros for apanhado em atividades desse tipo.
Washington retaliou na sexta-feira expulsando uma funcionária diplomática venezuelana, apontada como chefe de gabinete do embaixador.
"Isso não levará ao rompimento de relações, mas a decisão do governo terá repercussões em Washington", disse Riordan Roett, do Programa para o Hemisfério Ocidental da Escola John Hopkins de Estudos Internacionais Avançados, em Washington.
"Não me lembro da última vez que um diplomata dos EUA foi expulso da América Latina. Ao fazer isso, Chávez mostra que quer briga, e conseguiu o que queria."
Chávez vive às turras com Washington desde que foi eleito, em 1998. Ele chama George W. Bush de "senhor Perigo", ataca suas políticas "imperialistas" e acusa Washington de tentar matá-lo. As autoridades dos EUA consideram que Chávez se aliou a Cuba para tentar desestabilizar o continente com sua mensagem revolucionária.
As relações bilaterais já viviam um momento particularmente tenso por causa da decisão norte-americana de proibir vendas militares de terceiros países a Caracas.
O vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, disse na sexta-feira que as relações estão "complicadas e difíceis", mas que o governo não permitirá que a disputa fuja de controle.
"Eles estão avançando as peças e estamos cientes do jogo, e vamos responder de forma calculada a essas agressões, sem ir a qualquer extremo", disse ele a jornalistas.
Um porta-voz da embaixada norte-americana em Caracas disse que há 18 meses os diplomatas tentam manter reuniões com vários escalões do governo local, sem sucesso.
Como as comunicações muitas vezes se limitam às acusações públicas, o embaixador dos EUA passou a ler ironicamente à imprensa um pequeno cartão que carrega sempre consigo e lista os 24 complôs que Chávez já atribuiu aos EUA.
Embora a Venezuela ainda forneça 15 por cento do petróleo importado pelos EUA, Chávez vem tentando romper a dependência do país em relação ao vizinho do norte. Para isso, busca acordos energéticos e comerciais com Irã, China e Rússia.
Ele se apresenta como porta-estandarte do ressurgimento da esquerda na América Latina e apóia várias causas que desagradam a Washington, como o movimento pacifista da norte-americana Cindy Sheehan, a candidatura do nacionalista peruano Ollanta Humala e o direito de o Irã desenvolver um programa nuclear.
Na quinta-feira, o secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, comparou Chávez a Adolf Hitler, e outras autoridades dos EUA alertam para seus crescentes vínculos com Irã e Coréia do Norte.
"O comentário de Rumsfeld é mais uma prova de que o governo não tem uma política coerente. Há sinais muito conflitantes", disse Michael Shifter, da entidade Diálogo Interamericano, dos EUA.
Fazendo acusações que remetem à Guerra Fria, o governo venezuelano expulsou na quinta-feira o adido naval norte-americano em Caracas, sob suspeita de espionagem, e ameaçou mandar embora toda a missão militar dos EUA se algum de seus membros for apanhado em atividades desse tipo.
Washington retaliou na sexta-feira expulsando uma funcionária diplomática venezuelana, apontada como chefe de gabinete do embaixador.
"Isso não levará ao rompimento de relações, mas a decisão do governo terá repercussões em Washington", disse Riordan Roett, do Programa para o Hemisfério Ocidental da Escola John Hopkins de Estudos Internacionais Avançados, em Washington.
"Não me lembro da última vez que um diplomata dos EUA foi expulso da América Latina. Ao fazer isso, Chávez mostra que quer briga, e conseguiu o que queria."
Chávez vive às turras com Washington desde que foi eleito, em 1998. Ele chama George W. Bush de "senhor Perigo", ataca suas políticas "imperialistas" e acusa Washington de tentar matá-lo. As autoridades dos EUA consideram que Chávez se aliou a Cuba para tentar desestabilizar o continente com sua mensagem revolucionária.
As relações bilaterais já viviam um momento particularmente tenso por causa da decisão norte-americana de proibir vendas militares de terceiros países a Caracas.
O vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, disse na sexta-feira que as relações estão "complicadas e difíceis", mas que o governo não permitirá que a disputa fuja de controle.
"Eles estão avançando as peças e estamos cientes do jogo, e vamos responder de forma calculada a essas agressões, sem ir a qualquer extremo", disse ele a jornalistas.
Um porta-voz da embaixada norte-americana em Caracas disse que há 18 meses os diplomatas tentam manter reuniões com vários escalões do governo local, sem sucesso.
Como as comunicações muitas vezes se limitam às acusações públicas, o embaixador dos EUA passou a ler ironicamente à imprensa um pequeno cartão que carrega sempre consigo e lista os 24 complôs que Chávez já atribuiu aos EUA.
Embora a Venezuela ainda forneça 15 por cento do petróleo importado pelos EUA, Chávez vem tentando romper a dependência do país em relação ao vizinho do norte. Para isso, busca acordos energéticos e comerciais com Irã, China e Rússia.
Ele se apresenta como porta-estandarte do ressurgimento da esquerda na América Latina e apóia várias causas que desagradam a Washington, como o movimento pacifista da norte-americana Cindy Sheehan, a candidatura do nacionalista peruano Ollanta Humala e o direito de o Irã desenvolver um programa nuclear.
Na quinta-feira, o secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, comparou Chávez a Adolf Hitler, e outras autoridades dos EUA alertam para seus crescentes vínculos com Irã e Coréia do Norte.
"O comentário de Rumsfeld é mais uma prova de que o governo não tem uma política coerente. Há sinais muito conflitantes", disse Michael Shifter, da entidade Diálogo Interamericano, dos EUA.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/320843/visualizar/
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