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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 19:30

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Os jornais americanos evitaram, em maioria, reproduzir as controvertidas caricaturas do profeta Maomé publicadas na imprensa européia. O governo dos Estados Unidos criticou a publicação, classificando-a de "inaceitável" incitação ao ódio religioso e étnico. "Essas caricaturas são especialmente ofensivas para as crenças dos muçulmanos", afirmou o porta-voz do departamento de Estado Justin Higgins. "Nós reconhecemos e respeitamos totalmente a liberdade de imprensa e de expressão, mas isso deve estar associada à responsabilidade de imprensa", assinalou Higgins.

O ex-presidente Bill Clinton havia criticado no início da semana essas charges, assinalando que preconceitos antimuçulmanos, comparáveis ao anti-semitismo, estavam ganhando terreno.

Editores de vários jornais ouvidos indicaram que decidiram não publicar as charges por "respeito" a seus leitores, o que motivou críticas de partidários da liberdade de expressão, sobretudo na Internet.

"Se tivesse que tomar a decisão de publicar algo sabendo que seria ofensivo a nossos leitores, pensaria duas vezes perguntando-me se não seria contraproducente", declarou Fred Hisatt, do Washington Post.

Keith Richburg, chefe da seção internacional do mesmo diário, assinalou que havia excluído a publicação das caricaturas, inclusive para ilustrar a polêmica, porque provavelmente causaria grande impacto aos leitores.

Peter Gavrilovich, da seção internacional do Detroit Free Press, de Michigan (estado com importante comunidade árabe) assinalou que estava fora de questão publicar as caricaturas ofensivas contra uma religião.

O Los Angeles Times assinalou em editorial a decisão de não divulgar as "insensíveis" caricaturas, embora tenha respaldado "o direito de outros a publicá-las".

O Chicago Sun Times denunciou a explosão da violência a partir dessas publicações, assinalando que isso refletia o amplo sentimento anti-ocidental no mundo muçulmano.

Já os escritores do PEN Club Internacional defenderam o direito à liberdade de expressão. "Estamos conscientes de que houve quem se sentisse ofendido com as charges", disse Joanne Leedom-Ackerman, secretária do PEN. "Mas também estamos comprometidos com o fato de que indivíduos em todo o mundo se beneficiarão usufruindo eles mesmos do direito à liberdade de expressão".





Fonte: EFE

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