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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 13:01

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Três milhões de meninas em 28 países da África são submetidas, a cada ano, à mutilação genital, além de outras dezenas de milhares que são vítimas desta prática em comunidades imigrantes na Europa, América do Norte e Austrália, afirmou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Na segunda-feira será lembrado o quarto Dia Mundial de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina. Hoje, a agência da ONU afirmou que entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres sofrem atualmente as conseqüências deste costume.

A maioria das meninas é submetida a esta prática entre a infância e os 14 anos. Em muitas comunidades onde a tradição ancestral está muito arraigada, este é considerado um requisito para o casamento.

"Estamos em um momento crucial para conseguir uma mudança coletiva verdadeiramente positiva", disse a diretora-executiva do Unicef, Ann Veneman, ao comentar os avanços no movimento internacional para acabar com a agressão. A ONU considera as mutilações como "uma das violações mais persistentes, extensas e silenciosas contra os direitos humanos".

Veneman explicou que o movimento atua com cada vez mais força em países da África subsaariana, assim como no Egito e no Sudão.

Milhares de aldeias africanas já se reuniram em cerimônias nas quais se comprometem publicamente a abandonar a mutilação genital das meninas, acrescentou.

Como exemplos concretos, Veneman citou o Egito, onde o Unicef apóia um projeto "de aldeia-modelo livre da mutilação genital feminina" e encoraja os indivíduos que renunciaram à prática a falar publicamente, para persuadir outros a agir do mesmo modo.

No Sudão, líderes religiosos usam sua autoridade para afirmar que a mutilação genital feminina é uma violação de princípios espirituais e teológicos.

Veneman lembrou que o Protocolo de Maputo, um instrumento jurídico aplicável na África que proíbe expressamente a mutilação genital feminina, entrou em vigor em novembro, após ser ratificado por 15 países.

Em fevereiro, uma conferência regional em Mali debaterá a melhor maneira de adaptar as legislações nacionais para cumprir o protocolo.

A diretora do Unicef defendeu que "acabar com este costume discriminatório e perigoso é essencial para o sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, no que se refere à melhoria da saúde materna, à promoção da igualdade de sexos e à redução da mortalidade infantil".





Fonte: EFE

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