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Agronegócios
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 12:50

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O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato), Homero Alves Pereira, afirmou hoje que os produtores mato-grossenses têm dívidas de R$ 900 milhões junto ao Banco do Brasil. Esse valor é referente a débitos de custeio das safras 2004/05 e 2005/06. No total, o Banco do Brasil emprestou R$ 4 bilhões para custear o plantio das duas safras.

O vencimento de parte dos débitos da safra 2004/05 tinha sido prorrogado pelo governo federal, mas os produtores, disse Pereira, também não têm condições de quitar as dívidas neste ano. Ele e representantes de produtores do Mato Grosso reuniram-se na tarde de hoje com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. O grupo é liderado pelo governador Blairo Maggi.

Em reunião no Banco do Brasil, diretores da instituição disseram que organizarão uma força-tarefa na próxima semana para avaliar a situação dos produtores locais. "Eles informaram que o banco poderá renegociar dívidas que tenham sido feitas a partir de recursos próprios, dependendo da situação de cada produtor", contou o presidente da Famato. A renegociação poderá ser feita, disse ele, para um período que vai de dois a cinco anos. Outro pedido dos produtores locais é para renegociação das dívidas de investimento. A proposta é que as parcelas vencidas ou a vencer sejam prorrogadas para o final do contrato, prazo que depende do período de contratação. Estima-se que esses débitos somem cerca de R$ 1 bilhão.

Ao ministro Rodrigues também foi apresentado um pleito para desburocratizar as regras para liberação de recursos da linha FAT-Giro Rural, que oferece aos produtores recursos para que eles quitem dívidas contraídas junto a empresas de insumos agrícolas. Do total de R$ 3 bilhões da linha, criada no segundo semestre do ano passado, apenas R$ 700 milhões foram gastos. "Os bancos pedem um excesso de garantias antes de fazer as liberações", comentou.

Ele disse que o agronegócio do Mato Grosso está em crise, mas descartou um novo "tratoraço" como o realizado no ano passado. São dois os motivos para não fazer a manifestação. O primeiro, disse ele, é que o "tratoraço do ano passado não surtiu efeito", ou seja, as reivindicações do setor não foram atendidas. "O segundo é que a população não entende os problemas do campo. Na verdade, o povo adora comer arroz barato", completou. A área plantada com arroz caiu 58% na safra atual. O plantio de algodão caiu 40%, área que foi ocupada com a soja.





Fonte: 24 Horas News

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