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Internacional
Sexta - 03 de Fevereiro de 2006 às 09:42

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O Governo da Alemanha continua sem novidades sobre os dois engenheiros alemães seqüestrados no Iraque, cuja situação se considera "extremamente séria", já que aparentemente expira hoje o prazo de 72 horas dado pelos seqüestradores. A chanceler alemã, Angela Merkel, abordou o caso dos reféns na reunião dos três membros de coalizão governista - União Democrata-Cristã, União Social-Cristã da Baviera (CDU/CSU) e Partido Social-Democrata (SPD) -, ontem, mas não há nenhuma "novidade a comunicar", indicou hoje o vice porta-voz do Governo, Thomas Steg.

O Ministério das Relações Exteriores, que mantém a máxima discrição sobre o caso e até agora não confirmou nem desmentiu se houve contatos com os reféns, considera a situação "extremamente séria", indicou um porta-voz do departamento.

Thomas Braeunlich e René Nitzsche, de 31 e 28 anos, foram seqüestrados há 11 dias na cidade de Beiji (norte do Iraque), aonde tinham chegado pouco antes para instalar máquinas em uma fábrica.

A rede de televisão árabe Al Jazira transmitiu na noite de terça-feira um vídeo em que os seqüestradores davam ao Governo alemão um ultimato de 72 horas para cumprir uma série de condições.

No vídeo, os seqüestradores, pertencentes ao desconhecido grupo "Brigada dos Partidários do Monoteísmo e a Sunna", ameaçaram matar os reféns em 72 horas se o Governo alemão não fechar sua embaixada, retirar suas empresas do Iraque e paralisar sua colaboração com as autoridades iraquianas.

Na fita, pode-se ver que as imagens foram feitas no domingo passado, mas não fica claro quando expira o ultimato, se a partir do momento da gravação (terminando na quarta-feira) ou de sua difusão (terminando hoje).

Braeunlich e Nitzchke tinham sido enviados pela empresa alemã Cryotec para instalar máquinas em uma fábrica árabe de produtos de limpeza, situada no complexo industrial da refinaria de Beiji, em pleno triângulo sunita, coração dos grupos insurgentes no Iraque.

Os dois engenheiros tinham previsto ficar só alguns dias na região e foram detidos por um grupo de homens armados vestidos com uniformes da Guarda Nacional.

Há dias, centenas de cidadãos de Leipzig se reúnem na Nikolaikirche - igreja de São Nicolau -, de grande valor simbólico por ter sido ponto de concentração da dissidência, no tempo da Alemanha Oriental.

Entre os manifestantes há companheiros de trabalho dos reféns, que exibem cartazes como: "Todos estamos com vocês".

O ex-prefeito da cidade e agora ministro dos Transportes, Wolfgang Tiefensee, somou-se hoje à concentração e acendeu uma vela pelos reféns.

As mães dos reféns apelaram ontem, em mensagem emitida pela televisão pública, à libertação de seus filhos, que viajaram ao Iraque "sem motivação política alguma" e que "nunca quiseram causar dano algum" ao país árabe.

O Governo não quis avaliar o impacto que este tipo de ação pode ter nos seqüestradores, segundo o porta-voz das Relações Exteriores, mas "as apóia embora só seja porque estas servem para reconfortar as famílias nestes dramáticos momentos". O porta-voz também não quis especular sobre se a controvérsia a respeito das charges de Maomé estavam dificultando ainda mais a situação dos reféns.




Fonte: EFE

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