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Internacional
Quinta - 02 de Fevereiro de 2006 às 18:45

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, expulsou hoje do país o adido naval da Embaixada dos EUA, John Correa, porque ele seria um "espião", e advertiu que retirará "toda a missão militar" americana "se continuar" com a suposta espionagem. "Decidimos tirar do país um adido militar da embaixada dos EUA por espionagem. O senhor capitão de Fragata da Marinha dos EUA John Correa deve sair do país imediatamente", afirmou Chávez durante uma mensagem à nação pelo sétimo aniversário de seu Governo.

O presidente reiterou que seu Governo tem "provas da espionagem", que também envolve pelo menos 20 oficiais de baixa categoria da Marinha venezuelana, que estão sendo processados pela Corte Militar.

"Advertimos ao Governo imperialista dos Estados Unidos que se seus militares adidos na Venezuela continuarem fazendo o que este capitão (Correa) tem feito, serão detidos e colocados à ordem de sua Embaixada, e o próximo passo seria retirar toda a missão militar dos Estados Unidos na Venezuela", acrescentou Chávez.

O chefe de Estado sustentou que como seu Governo "respeitou e respeita os tratados internacionais", não colocará na prisão nenhum militar agregado diplomata que pratique "espionagem", ao insistir que os que desenvolvam a atividade serão "expulsos" do país.

Chávez classificou também de "grupo de traidores" os oficiais venezuelanos envolvidos no caso, cujo número não foi divulgado oficialmente embora a imprensa local afirme que passem de 20.

"São um grupo de traidores que estão sendo submetidos a julgamento. Seremos inflexíveis com esses traidores", assegurou o presidente, que pediu para eles "a pena máxima", que é de 30 anos de prisão, segundo o código militar vigente.

O governante opinou que o caso de "espionagem" demonstra que "o trabalho de limpeza" na Forças Armadas "ainda não terminou". O ministro da Defesa venezuelano, almirante Orlando Maniglia, se negou a dar detalhes sobre o caso para "não prejudicar" as investigações, que estão sendo "realizadas de forma exaustiva".

Segundo a imprensa local, a Promotoria Militar ditou ordem de apresentação a alguns dos oficiais venezuelanos investigados e ordenou a detenção dos que não compareceram para prestar depoimento.

O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, disse, por sua vez, que não lhe surpreenderia que alguns dos supostos espiões tenham fugido para os Estados Unidos, assim como não duvida da participação americana no caso.

"Não me surpreende, porque a missão militar americana esteve totalmente envolvida no golpe de Estado (de abril de 2002). E sei disso porque era ministro da Defesa", disse o vice-presidente no último dia 27.





Fonte: EFE

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