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Vacina promissora contra a gripe aviária é criada
Cientistas afirmam ter obtido em laboratório uma vacina revolucionária que despertou esperanças de poder conter uma pandemia de gripe aviária provocada pelo vírus H5N1. Se ficar comprovada sua segurança e eficácia em humanos, a vacina também poderia ser produzida rapidamente e em larga escala, tornando-a ideal para estocagem no caso de uma pandemia, afirmaram.
O problema com as atuais vacinas gripais é que elas estimulam o sistema imunológico contra subtipos específicos de cepas gripais. Mas estes subtipos são alvos mutáveis, transformando-se em formas que eludem as vacinas.
Na maioria das vezes, a mutação é suave e relativamente inócua, mas ocasionalmente pode dar um salto genético capaz de transformar o vírus em um novo inimigo contra qual o sistema imunológico humano não tem qualquer defesa.
Este risco remoto está por trás do temor atual de que a cepa mortal H5N1 da gripe aviária, que no momento pode matar pessoas mas não é transmissível entre seres humanos, assimile genes que o tornem altamente contagioso e letal.
O problema da mutação é que normalmente torna inúteis as tentativas para criar uma vacina pandêmica antes que a cepa assassina surja. O perfil da cepa mortal pode não passar de um palpite e recursos preciosos teriam sido gastos caso a aposta seja equivocada.
Mas cientistas indianos que trabalham nos Estados Unidos acreditam ter dado um enorme passo com vistas a atingir o vírus H5N1 através de uma série de subtipos.
Em um estudo que será publicado na quinta-feira na edição on-line do diário científico britânico The Lancet, a equipe descreve que partiu de um adenovírus - vírus que causa a gripe comum - manipulando-o para produzir uma proteína chamada hemaglutinina (HA).
A hemaglutinina, semelhante a um prego na superfície do vírus da gripe, ajuda o micróbio a se acoplar a uma célula antes de invadi-la e "seqüestrá-la".
Neste caso, a HA produzida pelo adenovírus parece comum aos subtipos do H5N1. Ratos de laboratório receberam injeções da vacina manipulada ou com uma inofensiva solução salina. Em seguida, foram expostos a altos níveis de dois tipos de H5N1, encontrados em pessoas que adoeceram em 2003, em Hong Kong, e em 2004, no Vietnã.
O adenovírus modificado "deu 100% de proteção", disse um dos autores da experiência, o cientista Suryaprakash Sambhara do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC, na sigla em inglês).
"Entre os animais imunizados houve uma mínima perda de peso, mal-estar e morbidade (e) não ocorreram efeitos colaterais", declarou o cientista em entrevista por telefone.
Normalmente, as vacinas preparam os anticorpos, a infantaria do sistema imunológico, para reconhecer um patógeno ou parte dele. Se o intruso invadir o corpo, os anticorpos se aglomeram sobre ele.
Mas o adenovírus estimulou uma resposta muito pequena dos anticorpos. Ao contrário, trabalhou ativando a artilharia pesada: um tipo de glóbulo branco chamado célula T CD8.
Há um grande caminho a percorrer para aperfeiçoar o protótipo, voltar a testá-lo em cobaias para, então, se tudo correr bem, cuidadosamente administrá-lo a voluntários humanos a fim de garantir que a vacina é segura e eficaz.
Mas Sambhara afirmou que as descobertas atuais sugerem que ao atacar o H5N1 em uma parte de seu genoma menos propenso a sofrer mutação, a vacina estaria voltada para um alvo fixo e não móvel.
Perguntado se a vacina protegeria humanos no caso de uma pandemia de H5N1, replicou: "Deveria, deveria. Também deveria proteger neste caso".
Segundo ele, a vacina desenvolvida poderia ser produzida em cultura em questão de dias. Atualmente, as vacinas são normalmente desenvolvidas em ovos, um processo que leva seis meses, uma escala de tempo que poderia deixar em risco milhões de pessoas se ocorrer uma pandemia.
"A população em risco é de cerca de 1,2 bilhão de pessoas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), portanto estamos falando de quatro a seis bilhões de ovos e não temos instalações para isto", disse Sambhara.
Além disso, a gripe aviária é considerada letal para as galinhas, o que pode tornar difícil conseguir ovos", afirmou. "A beleza deste abordagem é que podemos usá-la para estocar" vacinas antes de qualquer epidemia, acrescentou.
Há outras cepas de gripe que são diferentes da H5 e que no futuro também podem representar uma ameaça de pandemia. Mas Sambhara disse esperar que obter uma vacina de adenovírus para retirar proteínas internas comuns a todas as cepas virais seja um dia um escudo "universal" contra todas as formas de gripe.
O problema com as atuais vacinas gripais é que elas estimulam o sistema imunológico contra subtipos específicos de cepas gripais. Mas estes subtipos são alvos mutáveis, transformando-se em formas que eludem as vacinas.
Na maioria das vezes, a mutação é suave e relativamente inócua, mas ocasionalmente pode dar um salto genético capaz de transformar o vírus em um novo inimigo contra qual o sistema imunológico humano não tem qualquer defesa.
Este risco remoto está por trás do temor atual de que a cepa mortal H5N1 da gripe aviária, que no momento pode matar pessoas mas não é transmissível entre seres humanos, assimile genes que o tornem altamente contagioso e letal.
O problema da mutação é que normalmente torna inúteis as tentativas para criar uma vacina pandêmica antes que a cepa assassina surja. O perfil da cepa mortal pode não passar de um palpite e recursos preciosos teriam sido gastos caso a aposta seja equivocada.
Mas cientistas indianos que trabalham nos Estados Unidos acreditam ter dado um enorme passo com vistas a atingir o vírus H5N1 através de uma série de subtipos.
Em um estudo que será publicado na quinta-feira na edição on-line do diário científico britânico The Lancet, a equipe descreve que partiu de um adenovírus - vírus que causa a gripe comum - manipulando-o para produzir uma proteína chamada hemaglutinina (HA).
A hemaglutinina, semelhante a um prego na superfície do vírus da gripe, ajuda o micróbio a se acoplar a uma célula antes de invadi-la e "seqüestrá-la".
Neste caso, a HA produzida pelo adenovírus parece comum aos subtipos do H5N1. Ratos de laboratório receberam injeções da vacina manipulada ou com uma inofensiva solução salina. Em seguida, foram expostos a altos níveis de dois tipos de H5N1, encontrados em pessoas que adoeceram em 2003, em Hong Kong, e em 2004, no Vietnã.
O adenovírus modificado "deu 100% de proteção", disse um dos autores da experiência, o cientista Suryaprakash Sambhara do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC, na sigla em inglês).
"Entre os animais imunizados houve uma mínima perda de peso, mal-estar e morbidade (e) não ocorreram efeitos colaterais", declarou o cientista em entrevista por telefone.
Normalmente, as vacinas preparam os anticorpos, a infantaria do sistema imunológico, para reconhecer um patógeno ou parte dele. Se o intruso invadir o corpo, os anticorpos se aglomeram sobre ele.
Mas o adenovírus estimulou uma resposta muito pequena dos anticorpos. Ao contrário, trabalhou ativando a artilharia pesada: um tipo de glóbulo branco chamado célula T CD8.
Há um grande caminho a percorrer para aperfeiçoar o protótipo, voltar a testá-lo em cobaias para, então, se tudo correr bem, cuidadosamente administrá-lo a voluntários humanos a fim de garantir que a vacina é segura e eficaz.
Mas Sambhara afirmou que as descobertas atuais sugerem que ao atacar o H5N1 em uma parte de seu genoma menos propenso a sofrer mutação, a vacina estaria voltada para um alvo fixo e não móvel.
Perguntado se a vacina protegeria humanos no caso de uma pandemia de H5N1, replicou: "Deveria, deveria. Também deveria proteger neste caso".
Segundo ele, a vacina desenvolvida poderia ser produzida em cultura em questão de dias. Atualmente, as vacinas são normalmente desenvolvidas em ovos, um processo que leva seis meses, uma escala de tempo que poderia deixar em risco milhões de pessoas se ocorrer uma pandemia.
"A população em risco é de cerca de 1,2 bilhão de pessoas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), portanto estamos falando de quatro a seis bilhões de ovos e não temos instalações para isto", disse Sambhara.
Além disso, a gripe aviária é considerada letal para as galinhas, o que pode tornar difícil conseguir ovos", afirmou. "A beleza deste abordagem é que podemos usá-la para estocar" vacinas antes de qualquer epidemia, acrescentou.
Há outras cepas de gripe que são diferentes da H5 e que no futuro também podem representar uma ameaça de pandemia. Mas Sambhara disse esperar que obter uma vacina de adenovírus para retirar proteínas internas comuns a todas as cepas virais seja um dia um escudo "universal" contra todas as formas de gripe.
Fonte:
AFP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/321185/visualizar/
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