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Premiação do Oscar está muito mais crítica
A festa do Oscar é a desculpa para o excesso, as festas e os modelitos, mas este ano os candidatos são mais sérios que o usual e seus filmes refletem as preocupações do mundo real.
Na lista não figura nem um Titanic, nem algo como a saga de O Senhor dos Anéis. De fato Guerra nas Estrelas Episódio III: A vingança dos Sith, o filme de maior bilheteira de 2005, conta com apenas uma indicação. A de melhor maquiagem.
Os membros da Academia ficaram sérios e deixaram de lado o aspecto de espetáculo que costuma acompanhar o cinema em favor de colocar inquietações da atualidade.
Os cinco candidatos a melhor filme discutem convenções sexuais (Brokeback Mountain), conflitos raciais (Crash), o terrorismo (Munique) ou a liberdade de expressão e a política do medo (Boa Noite e Boa Sorte).
Quase parece uma ironia que o filme menos polêmico de todos eles seja "Capote", centrado em um dos escritores mais controversos da literatura americana, Truman Capote, homossexual, transgressor e que rezava pela execução de um réu para contar com o final perfeito para o romance que lhe deu fama.
Quando Steven Spielberg conheceu as cinco candidaturas de Munique, assegurou que "este é o ano mais ativo em nível político e humano" que o cinema viu desde a década de 70.
As razões desta seriedade são tão diversas quanto os comentários gerados após o anúncio das candidaturas.
Trata-se de uma reação ao mal ano vivido pela indústria de Hollywood, que em 2005 perdeu 5% de seus rendimentos com bilheteria em relação ao ano anterior? É uma resposta ao segundo mandato do presidente americano, George W. Bush, por parte da Hollywood democrata? Ou simplesmente estamos perante de uma moda cíclica do Oscar e de seus acadêmicos?
Spielberg aponta para os dois primeiros quando diz que é "um pedido de atenção" aos estúdios para que deixem de preocupar-se por produzir filmes sem conteúdo e apostem por outro tipo de cinema.
"Os cineastas são muito mais ativos desde o segundo mandato de Bush. Não há ninguém que represente o que sentimos e temos que responder", indicou à imprensa.
Os que opinam que se trata de uma moda, lembram que antes das grandes vitórias que tanto gosta o Oscar, como as de James Cameron e Peter Jackson, houve anos como 1996.
Batizado como o ano dos independentes, essa foi a edição de Shine, Fargo, Segredos e Mentiras e O Paciente Inglês.
A 78ª edição do Oscar é de novo o ano dos filmes independentes que, além disso, pensam.
Na opinião de Paul Haggis, diretor e roteirista de Crash, a mudança responde a uma mudança no público que também se coloca estes temas.
"É um reflexo do que aconteceu no mundo desde 11-9 e a invasão do Iraque", repetiu várias vezes Jeffrey Caine, candidato por seu roteiro para O Jardineiro Fiel, outro filme com consciência, pois está centrado nas intrigas da indústria farmacêutica.
Além da seriedade dos candidatos nesta edição do Oscar e de seu espírito independente (com a exceção de Munique), os cinco também têm outro detalhe em comum: foram vistos por muito poucas pessoas.
A arrecadação de bilheteria de todos os candidatos a melhor filme não supera os U$186 milhões nos Estados Unidos, o número mais baixo desde 1986.
O número está muito abaixo dos rendimentos de Harry Potter, Guerra nas Estrelas, Guerra dos Mundos ou As Crônicas de Nárnia que o público foi ver em massa, mas que a Academia desdenhou em suas candidaturas.
A revista Variety fala de uma "crise de identidade" da indústria, de seus profissionais e de seu público.
"A comunidade criativa preferiu filmes diferentes aos que o restante do país está vendo", resumiu respeitoso Gilbert Cates, produtor da cerimônia do Oscar, cuja preocupação é conseguir que o público se interesse pela entrega das estatuetas a filmes que não se moveram para ir ver.
Na lista não figura nem um Titanic, nem algo como a saga de O Senhor dos Anéis. De fato Guerra nas Estrelas Episódio III: A vingança dos Sith, o filme de maior bilheteira de 2005, conta com apenas uma indicação. A de melhor maquiagem.
Os membros da Academia ficaram sérios e deixaram de lado o aspecto de espetáculo que costuma acompanhar o cinema em favor de colocar inquietações da atualidade.
Os cinco candidatos a melhor filme discutem convenções sexuais (Brokeback Mountain), conflitos raciais (Crash), o terrorismo (Munique) ou a liberdade de expressão e a política do medo (Boa Noite e Boa Sorte).
Quase parece uma ironia que o filme menos polêmico de todos eles seja "Capote", centrado em um dos escritores mais controversos da literatura americana, Truman Capote, homossexual, transgressor e que rezava pela execução de um réu para contar com o final perfeito para o romance que lhe deu fama.
Quando Steven Spielberg conheceu as cinco candidaturas de Munique, assegurou que "este é o ano mais ativo em nível político e humano" que o cinema viu desde a década de 70.
As razões desta seriedade são tão diversas quanto os comentários gerados após o anúncio das candidaturas.
Trata-se de uma reação ao mal ano vivido pela indústria de Hollywood, que em 2005 perdeu 5% de seus rendimentos com bilheteria em relação ao ano anterior? É uma resposta ao segundo mandato do presidente americano, George W. Bush, por parte da Hollywood democrata? Ou simplesmente estamos perante de uma moda cíclica do Oscar e de seus acadêmicos?
Spielberg aponta para os dois primeiros quando diz que é "um pedido de atenção" aos estúdios para que deixem de preocupar-se por produzir filmes sem conteúdo e apostem por outro tipo de cinema.
"Os cineastas são muito mais ativos desde o segundo mandato de Bush. Não há ninguém que represente o que sentimos e temos que responder", indicou à imprensa.
Os que opinam que se trata de uma moda, lembram que antes das grandes vitórias que tanto gosta o Oscar, como as de James Cameron e Peter Jackson, houve anos como 1996.
Batizado como o ano dos independentes, essa foi a edição de Shine, Fargo, Segredos e Mentiras e O Paciente Inglês.
A 78ª edição do Oscar é de novo o ano dos filmes independentes que, além disso, pensam.
Na opinião de Paul Haggis, diretor e roteirista de Crash, a mudança responde a uma mudança no público que também se coloca estes temas.
"É um reflexo do que aconteceu no mundo desde 11-9 e a invasão do Iraque", repetiu várias vezes Jeffrey Caine, candidato por seu roteiro para O Jardineiro Fiel, outro filme com consciência, pois está centrado nas intrigas da indústria farmacêutica.
Além da seriedade dos candidatos nesta edição do Oscar e de seu espírito independente (com a exceção de Munique), os cinco também têm outro detalhe em comum: foram vistos por muito poucas pessoas.
A arrecadação de bilheteria de todos os candidatos a melhor filme não supera os U$186 milhões nos Estados Unidos, o número mais baixo desde 1986.
O número está muito abaixo dos rendimentos de Harry Potter, Guerra nas Estrelas, Guerra dos Mundos ou As Crônicas de Nárnia que o público foi ver em massa, mas que a Academia desdenhou em suas candidaturas.
A revista Variety fala de uma "crise de identidade" da indústria, de seus profissionais e de seu público.
"A comunidade criativa preferiu filmes diferentes aos que o restante do país está vendo", resumiu respeitoso Gilbert Cates, produtor da cerimônia do Oscar, cuja preocupação é conseguir que o público se interesse pela entrega das estatuetas a filmes que não se moveram para ir ver.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/321194/visualizar/
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