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Nacional
Quinta - 02 de Fevereiro de 2006 às 09:50

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São Paulo - O jeans que sai das passarelas para passear pelas ruas no inverno é justíssimo à la Iggy Pop, para mulheres e para homens também. Mas bem diferente das calças normalmente usadas pelo astro pop - que custam US$ 10, diz ele - , o jeans da última São Paulo Fashion Week é destruído e sujo em laboratório, onde o objetivo é o efeito aliado ao conforto. "Nenhum material dá hoje tantas possibilidades, praticamente infinitas, de trabalho quanto o jeans. E o melhor é que, a cada coleção, ele está cada vez mais confortável", observa Renato Kherlakian, dono da Zoomp, que faz jeans wear há 30 anos.

Em resumo, duas possibilidades brilharam na SPFW: o destroyer e o asfalto. O primeiro esteve com os andarilhos sexy da Cavalera, que optou por um jeans estrategicamente desgastado e em tons de cinza, em alta para a próxima estação. O segundo foi apresentado pela Ellus, um jeans black com jatos localizados de uma tinta preta especial, que contém ainda um pouco de glitter. "A peça fica quase como um couro depois de receber o pigmento. Depois, ela passa por uma lavagem especial, para ficar macia", explica a diretora de Criação da marca, Adriana Bozon. "A base do tecido também tem um pouco de lycra, que garante o conforto, já que a nossa silhueta nesta coleção está bem justa, bem rocker."

A Levi´s, mãe do jeans, também aposta no denin escuro e na silhueta seca na coleção Levi´s Blue, produzida nos Estados Unidos. Lindas de morrer, as peças têm um glamour discreto, que está basicamente nos detalhes caprichados, como apliques em couro ultramacio. Na coleção de inverno, que chega em breve às lojas brasileiras, a marca usa o Nishimbo, um denin japonês com aspecto de tear.

Feito no Brasil

Com a maior fábrica de denin do mundo - a Vicunha -, o Brasil concorre em pé de igualdade com os japoneses no ramo, e já é referência mundial em desenvolvimento de jeans. Isso pode ser demonstrado não só pela cartela de opções que a fábrica oferece para os estilistas, mas também pela lista de clientes dela, que inclui as melhores marcas dos Estados Unidos, Europa e também do Brasil. Diesel, Gap, Levi´s, Forum e Gang, a preferida das funkeiras cariocas, compram matéria-prima ali. E se não tiver o que o estilista quer, eles fazem por encomenda. É o caso do Denin d´Ouro, desenvolvido pelos técnicos da Vicunha especialmente para a Cavalera. É um jeans inovador por usar o dourado não em jatos, mas em fios metalizados, que fazem parte da própria trama do tecido. O resultado é muito mais interessante do que o obtido com o jateado: quanto mais o jeans desgasta, mais o dourado aparece.

Desgaste ainda parece ser a palavra mais associada ao jeans, e a busca por uma destruição charmosa no denin é o objetivo dos técnicos nos laboratórios de lavagem. As receitas de lavagem que são aplicadas nas peças - proporções entre produtos químicos combinadas ao tempo de ação - são obtidas na base da tentativa e erro. E tem gente que vai além: A Santana Têxtil entregou peças sem nenhuma lavagem para diversos tipos de profissionais - como um shaper de pranchas de surf e um borracheiro. Eles usaram as calças e jaquetas por dois meses, que ficaram corroídas, sujas de graxa e de tinta. O resultado foi levado ao laboratório da fábrica, para ser reproduzido em série na coleção Spontaneous.





Fonte: Agência Estado

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