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Internacional
Quarta - 01 de Fevereiro de 2006 às 10:20

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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, rechaçou na quarta-feira as pressões internacionais para que o país suspenda seu programa nuclear. As declarações de Ahmadinejad foram dadas após o presidente dos EUA, George W. Bush, ter prometido evitar que o país islâmico obtenha uma bomba atômica.

O governo norte-americano conseguiu, nesta semana, selar um acordo com a China e a Rússia, em um encontro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de relatar o caso iraniano ao órgão, um passo que poderia acabar levando o país a sofrer sanções.

Ahmadinejad, em discurso proferido diante de milhares de pessoas na cidade de Bushehr, onde a Rússia ajuda o Irã a construir seu primeiro reator nuclear, não perdeu tempo e contra-atacou.

"Estou dizendo a essas superpotências de araque que a nação iraniana conquistou sua independência 27 anos atrás e que, na questão nuclear, ela resistirá até conseguir por completo seus direitos," afirmou.

O quadro diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) decidirá, em um encontro de emergência a ser realizado na quinta-feira, em Viena, se relatará o caso do Irã ao Conselho de Segurança.

O país islâmico diz que suas instalações nucleares serão usadas apenas para gerar energia para uso civil, não para fabricar bombas.

O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jack Straw, prometeu dizer ao chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, que o Irã tinha uma última chance de convencer o mundo sobre o caráter pacífico de seu programa nuclear.

"Devo dizer a ele que ele precisa encarar a postura adotada pela comunidade internacional não como uma ameaça, mas como uma última oportunidade para que o Irã entre novamente nos trilhos", afirmou Straw antes de reunir-se com Mottaki.

Os vice-ministros das Relações Exteriores da China e da Rússia viajaram para o território iraniano a fim de explicar o resultado do encontro das superpotências realizado em Londres.

O Parlamento iraniano lembrou que, segundo uma lei aprovada no ano passado, o governo do país tem a obrigação de barrar as inspeções surpresa da AIEA em suas instalações nucleares e retomar o enriquecimento de urânio caso a questão seja enviada ao Conselho de Segurança.

Bush disse que o mundo precisava agir junto a fim de evitar que o Irã entre no grupo dos países detentores de armas nucleares.

"O governo iraniano está desafiando o mundo com suas ambições nucleares. E as nações do mundo não podem permitir que o regime iraniano obtenha armas nucleares", afirmou o presidente norte-americano em seu discurso anual do Estado da União.

Na terça-feira, ministros do Petróleo de países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) disseram que relatar o caso iraniano ao Conselho de Segurança poderia elevar ainda mais o preço do combustível.

O governo iraniano afirmou, porém, que não usará o petróleo como uma arma em meio ao embate sobre seu programa nuclear. O país é o quarto maior exportador do produto no mundo.

O Irã apenas prometeu lançar uma resposta rápida caso suas instalações nucleares sejam atacadas.

"Qualquer agressão contra as instalações nucleares do Irã detonará uma resposta imediata e violenta da parte de nossas Forças Armadas", afirmou na quarta-feira o ministro iraniano de Defesa, Mostafa Mohammad Najar, segundo a agência de notícias Irna.





Fonte: Reuters

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