Repórter News - reporternews.com.br
Dólar cai 4,73% no mês, com menor atuação do BC
O dólar caiu 4,73% em janeiro e encerrou o mês a R$ 2,215, em meio ao forte fluxo de ingressos e à atuação mais fraca do Banco Central. Analistas apostam que, com a eventual suspensão das intervenções do BC, a moeda norte-americana pode cair ainda mais.
Nesta última sessão, o dólar registrou queda de 0,09%, fechando no menor preço desde 7 de dezembro.
Ao longo do mês, a autoridade monetária prosseguiu com a oferta de swap cambial reverso e os leilões diários de compra de dólar. No entanto, a zeragem da dívida cambial interna e a redução do lote de swap sinalizaram que a atuação do BC pode estar perto de terminar.
As captações realizadas por empresas e pelo governo, assim como as fortes exportações e o declínio do risco Brasil, reforçaram a expectativa de que novos ingressos virão por aí e inclinaram ainda mais a curva de declínio do dólar.
"Acho que, se olhar a tendência do dólar desde janeiro de 2004, é tendência de queda. Você tem movimentos pontuais por um ou outro fator no curto prazo, mas a tendência de longo prazo é a mesma", afirmou Adauto Lima, economista-chefe do banco WestLB do Brasil.
A economista-chefe do BES Investimentos, Sandra Utsumi, acredita que a valorização do real é consequência dos fundamentos econômicos positivos e destaca a menor perspectiva de risco em relação ao Brasil.
Segundo ela, o pagamento antecipado das dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris, entre outros fatores, permitiram uma avaliação mais favorável dos investidores externos em relação ao Brasil.
"Somado, tem redução das intervenções do BC no mercado de câmbio que sinalizam que em algum ponto ele não terá argumentos para intervir no câmbio", disse a economista.
Quando o swap reverso foi lançado há um ano, o BC informou que sua intenção era acelerar a redução da exposição cambial do governo. No início de janeiro, a autoridade monetária anunciou que toda a dívida cambial interna já estava zerada.
Lima, do WestLB, lembrou, porém, que ainda resta um montante de dívida externa em dólares que o governo pode "zerar" antes de interromper suas atuações no câmbio.
"Ele zerou a dívida interna, quer dizer, neutralizou a variação do câmbio sobre a dívida, e agora está indo para a questão da dívida externa. Dependendo do que se considera, (...) teria uns US$ 16 bilhões para intervir", calculou o economista.
"Espaço ele tem, pode continuar ou pode, se achar necessário, ficar ativo em dólar, mas daí perde a força do discurso de neutralizar o efeito cambial sobre a dívida, dá a entender uma preocupação de evitar a apreciação do cambio."
BC ativo em dólar
De acordo com Utsumi, do BES, mesmo que o BC opte por ficar ativo em câmbio e valorizar o real, sua capacidade ainda será limitada já que a perspectiva é de continuidade do fluxo positivo.
"Se houver fluxo grande, ele não pode expor fiscalmente a administração do câmbio considerando o custo de carregamento de posições compradas num ambiente em que o fluxo desfavorece esse posicionamento", explicou a economista.
A diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, vê uma redução gradativa da atuação do BC até que seja interrompida, em cerca de dois meses, quando a dívida externa também já deverá estar zerada.
"Mais que isso vai ficar difícil para ele justificar... mas vai ter que pensar em outras medidas se o cenário continuar positivo", afirmou ela, que vê o dólar caindo a R$ 2,17 em breve. "A (medida) mais eficiente seria diminuir o limite de posições vendidas."
Nesta última sessão, o dólar registrou queda de 0,09%, fechando no menor preço desde 7 de dezembro.
Ao longo do mês, a autoridade monetária prosseguiu com a oferta de swap cambial reverso e os leilões diários de compra de dólar. No entanto, a zeragem da dívida cambial interna e a redução do lote de swap sinalizaram que a atuação do BC pode estar perto de terminar.
As captações realizadas por empresas e pelo governo, assim como as fortes exportações e o declínio do risco Brasil, reforçaram a expectativa de que novos ingressos virão por aí e inclinaram ainda mais a curva de declínio do dólar.
"Acho que, se olhar a tendência do dólar desde janeiro de 2004, é tendência de queda. Você tem movimentos pontuais por um ou outro fator no curto prazo, mas a tendência de longo prazo é a mesma", afirmou Adauto Lima, economista-chefe do banco WestLB do Brasil.
A economista-chefe do BES Investimentos, Sandra Utsumi, acredita que a valorização do real é consequência dos fundamentos econômicos positivos e destaca a menor perspectiva de risco em relação ao Brasil.
Segundo ela, o pagamento antecipado das dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris, entre outros fatores, permitiram uma avaliação mais favorável dos investidores externos em relação ao Brasil.
"Somado, tem redução das intervenções do BC no mercado de câmbio que sinalizam que em algum ponto ele não terá argumentos para intervir no câmbio", disse a economista.
Quando o swap reverso foi lançado há um ano, o BC informou que sua intenção era acelerar a redução da exposição cambial do governo. No início de janeiro, a autoridade monetária anunciou que toda a dívida cambial interna já estava zerada.
Lima, do WestLB, lembrou, porém, que ainda resta um montante de dívida externa em dólares que o governo pode "zerar" antes de interromper suas atuações no câmbio.
"Ele zerou a dívida interna, quer dizer, neutralizou a variação do câmbio sobre a dívida, e agora está indo para a questão da dívida externa. Dependendo do que se considera, (...) teria uns US$ 16 bilhões para intervir", calculou o economista.
"Espaço ele tem, pode continuar ou pode, se achar necessário, ficar ativo em dólar, mas daí perde a força do discurso de neutralizar o efeito cambial sobre a dívida, dá a entender uma preocupação de evitar a apreciação do cambio."
BC ativo em dólar
De acordo com Utsumi, do BES, mesmo que o BC opte por ficar ativo em câmbio e valorizar o real, sua capacidade ainda será limitada já que a perspectiva é de continuidade do fluxo positivo.
"Se houver fluxo grande, ele não pode expor fiscalmente a administração do câmbio considerando o custo de carregamento de posições compradas num ambiente em que o fluxo desfavorece esse posicionamento", explicou a economista.
A diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, vê uma redução gradativa da atuação do BC até que seja interrompida, em cerca de dois meses, quando a dívida externa também já deverá estar zerada.
"Mais que isso vai ficar difícil para ele justificar... mas vai ter que pensar em outras medidas se o cenário continuar positivo", afirmou ela, que vê o dólar caindo a R$ 2,17 em breve. "A (medida) mais eficiente seria diminuir o limite de posições vendidas."
Fonte:
Invertia
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/321622/visualizar/
Comentários