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Internacional
Terça - 31 de Janeiro de 2006 às 18:12

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Teerã - O principal negociador iraniano, Ali Larijani, disse nesta terça-feira que o Irã deve reiniciar suas atividades nucleares suspensas e barrar as inspeções em suas instalações caso o país seja levado ao Conselho de Segurança da ONU (CS). Larijani especificou que o país pretende recomeçar seu programa de enriquecimento de urânio, que foi suspenso há quase dois anos. A retomada do programa deve aumentar dramaticamente as confrontações entre Teerã e o Ocidente.

"Sobre a orientação [de levar o país ao CS]... Nós teremos que começar todo o trabalho nuclear que foi voluntariamente suspenso e parar a implementação do Protocolo Adicional", ele disse. Sob o protocolo, o Irã permitia que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) realizassem inspeções surpresas em suas instalações nucleares mediante um aviso prévio de apenas duas horas. O acordo também permitia a inspeção de locais não especificados pelo país como instalações nuclear.

No final do ano passado, o parlamento iraniano aprovou uma lei que determinava o cancelamento das "inspeções-surpresa" caso o país fosse levado ao Conselho de Segurança da ONU. A lei também requeria o reinício das atividades nucleares. Os países ocidentais, em especial os EUA, temem que o enriquecimento possa ser usado para produzir armamento atômico.

Em uma reunião realizada em Londres nesta segunda-feira, representantes da Grã-Bretanha, China, França, Rússia e EUA decidiram que irão recomendar no encontro da AIEA que acontece na próxima quinta-feira o envio da questão nuclear iraniana para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os países também decidiram que o CS só discutirá a questão depois que a AIEA concluir um relatório formal sobre o assunto, o que deve ocorrer em março. A Rússia espera assim não atrapalhar suas negociações com o Irã, aliado do país.



Rússia e China A decisão da Rússia e da China de apoiar o envio da questão ao Conselho de Segurança surpreendeu os observadores, já que ambos os países possuem interesses econômicos no Irã.

Mas, numa tentativa de acalmar Teerã, a Rússia sublinhou que a indicação ao conselho de Segurança não significará ação imediata. "O Conselho de Segurança não tomará nenhuma decisão", disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov

Funcionário russos e chineses irão em breve à Teerã para explicar o significado do acordo alcançado em Londres e reivindicar que o Irã reconheça os pedidos da AIEA.




Fonte: AP

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