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Internacional
Terça - 31 de Janeiro de 2006 às 14:38

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O Senado dos Estados Unidos confirmou hoje o juiz conservador Samuel Alito para uma vaga vitalícia na Suprema Corte, numa vitória política para o presidente George W. Bush antes do discurso do Estado da União.

Alito, de 55 anos, teve 58 votos a favor e 42 contra, transformando-se no 110º juiz a chegar ao Tribunal Supremo, mas não sem antes provocar grandes disputas partidárias no Senado.

Em outubro, Bush nomeou Alito como sucessor da juíza Sandra Day O''Connor, considerada a voz da moderação na Suprema Corte em assuntos como o aborto, a eutanásia, os direitos das minorias e o financiamento de campanhas eleitorais.

O''Connor, a primeira mulher a ocupar um posto no Supremo americano, também se transformou em um ponto de referência para a independência da corte diante das pressões políticas.

Por outro lado, a nomeação de Alito gerou disputas entre conservadores que elogiavam sua carreira e figura e grupos liberais que temem um giro para a direita do Supremo, que tem a última palavra em assuntos de grande importância nacional.

Alito deve prestar juramento ainda hoje, e com isso se unirá a outro juiz conservador, John Roberts, confirmado no ano passado como presidente da máxima corte do país, composta por nove magistrados.

Assim, Alito e Roberts abrirão um capítulo que já é apontado como uma nova era conservadora na Suprema Corte, após a saída de O''Connor.

A confirmação de Alito, um juiz de Nova Jersey, não causou surpresas dentro e fora do Capitólio, já que os republicanos mantêm uma hegemonia no Senado e a oposição democrata não conseguiu impedir a votação definitiva.

Como era previsto, a maioria dos democratas votou contra Alito, entre eles os senadores hispânicos Bob Menéndez e John Salazar. Os democratas não convenceram a opinião pública do perigo que, segundo eles, representava a filosofia judicial conservadora de Alito para o avanço das mulheres e de outras minorias no país.

Durante as audiências de confirmação, os democratas tocaram em assuntos como a oposição de Alito ao aborto e um memorando escrito pelo juiz em 1985 dizendo que a Constituição não protegia esse direito.

Mas Alito saiu ileso do processo de confirmação e, durante as audiências, insistiu que seu trabalho se limitará a interpretar as leis e não legislar em um palanque.

Alito precisava de maioria simples - 51 votos de um total de 100 - para ser confirmado, o que significa uma importante vitória política para Bush neste seu segundo mandato.

O juiz, filho de imigrantes italianos, estará entre os convidados de honra hoje à noite no discurso anual de Bush diante do Congresso sobre o Estado de União.




Fonte: EFE

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