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Agronegócios
Terça - 31 de Janeiro de 2006 às 14:29

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As fabricantes brasileiras de celulose estão anunciando reajustes de preço para a commodity, contrariando a expectativa de alguns analistas. Grandes empresas, como Aracruz, já informaram aos clientes que a cotação da celulose de fibra curta subirá US$ 20 por tonelada, alcançando um preço de lista de US$ 620 por tonelada no norte da Europa, que serve como parâmetro para os demais mercados.

Os novos preços, que valem a partir do dia 1º de fevereiro, devem ser seguido por outros fabricantes nacionais, como Votorantim Celulose e Papel (VCP) e Suzano Papel e Celulose. As ações destas empresas têm sofrido pressão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) diante da expectativa nada favorável para o setor neste ano.

A alta da celulose já tem provocado reações na cadeia. Um dos maiores clientes da Aracruz, a Kimberly-Clark, fabricante de papéis sanitários ( " tissue " ), prevê aumento médio de 6% para seus produtos no primeiro semestre no mercado americano.

Os novos preços para papel higiênico, toalhas de papel e guardanapos entram em vigor no dia 5 de fevereiro. Os lenços de papel vão aumentar no dia 2 de abril. A Kimberly-Clark, que vende cerca de US$ 2,5 bilhões por ano em papéis sanitários nos EUA, havia aplicado o último reajuste em agosto de 2004.

A alta no preço da celulose contraria as expectativa de alguns cenaristas do setor. Por conta da entrada de novas capacidades de produção de celulose de fibra curta, esperava-se, segundo essa análise, uma queda ou, no mínimo, uma estabilização nas cotações da commodity.

Mas, de acordo com pessoas ligadas às empresas, essas analistas não têm observado o fato de grandes fechamentos de capacidades de produção no hemisfério norte, principalmente nos Estados Unidos, cujo perfil é de fibra longa.

Segundo apurou o Valor, cerca de 1,2 milhão de toneladas de capacidade de produção de celulose de fibra longa foram fechadas em 2004. O número aumentou para 1,6 milhão de toneladas no ano passado. Enquanto isso, a oferta aumentou menos de 1 milhão de toneladas com o início de produção da Veracel, uma joint-venture entre a Aracruz e a sueco-finlandesa Stora-Enso, no sul da Bahia, em maio passado. Essa equação tem ajudado as empresas brasileiras, forte na produção de fibra curta.





Fonte: Valor Econômico

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