Colonos invadem base militar israelense na Cisjordânia

Dezenas de colonos israelenses invadiram hoje uma base militar israelense perto do enclave judeu de Amona, no sul da Cisjordânia, que o Exército de Israel pretende evacuar amanhã, informaram fontes militares israelenses. Dezenas de jovens entraram no posto militar israelense e saíram após serem convocados por dirigentes do vizinho assentamento judaico de Ofra.

Os colonos tentaram danificar as máquinas que serão empregadas amanhã para destruir os edifícios de Amona, cujo desmantelamento foi ordenado por ter sido construído sem a permissão das autoridades israelenses.

Acredita-se que o número de jovens que se concentrou na região para resistir à evacuação chega a 5 mil, enquanto o Exército e a Polícia israelense terão 6 mil efetivos.

Colonos de Amona lançaram ontem à noite pedras contra um posto militar israelense e causaram danos a um veículo do Exército.

Os efetivos do Exército e da Polícia Nacional israelense terão que despejar amanhã 38 famílias de colonos judeus do assentamento Amona e destruir nove de suas casas de cimento.

A imprensa local informa hoje que o primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, rejeitou um pedido dos líderes dos mais de 130 assentamentos da Cisjordânia para que adie o desmantelamento de Amona, junto ao assentamento vizinho de Ofra, no distrito palestino de Belém.

Em meios policiais e militares se prevê que a operação será similar à realizada durante o despejo e demolição dos 21 assentamentos da Faixa de Gaza e outros quatro do norte da Cisjordânia, em agosto do ano passado.

Segundo relatório apresentado em março de 2005 pela advogada Talia Sason ao primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon - que continua internado no hospital Hadassah -, o número dos assentamentos judaicos construídos na Cisjordânia sem permissão das autoridades israelenses é de 105.