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Nacional
Segunda - 30 de Janeiro de 2006 às 14:29
Por: Biaggio Talento

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Salvador - A agência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) da cidade de Eunápolis, a 644 quilômetros de Salvador, foi ocupada nesta segunda-feira por cem trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) do assentamento Chico Mendes, que reivindicavam a rolagem de dívidas do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).

O grupo chegou ao local por volta das 9h30 tumultuando o funcionamento da agência, cujos clientes não puderam entrar no local. Os sem-terra empunhavam bandeiras e cartazes que agitavam enquanto cantavam e gritavam palavras de ordem. Ao perceber a situação, o gerente Carlos Roberto Santos ligou para a companhia local da Polícia Militar que enviou um grupo de soldados para manter a ordem.

O gerente recebeu uma comissão de 12 trabalhadores para conversar. Os sem-terra reclamaram que o BNB não estava querendo parcelar as dívidas do Pronaf conforme a resolução 3626 do Banco Central editada no fim do ano passado. "O problema é que somente agora essa resolução foi normatizada e podemos aplicá-la", esclareceu Santos que conseguiu acalmar os manifestantes.

O gerente explicou que o prazo para a assinatura do novo contrato do parcelamento vai até o dia 31 de maio. "Existem porém dois pré-requisitos: o BC estabeleceu uma espécie de taxa mínima de R$ 300 e que o refinanciamento seja aprovado caso os técnicos do BNB constatem que o dinheiro emprestado inicialmente foi aplicado na agropecuária como previsto", disse, informando que nos próximos dias técnicos do banco vão visitar o assentamento Chico Mendes para checar a aplicação dos recursos.

As ponderações do gerente convenceram os manifestantes que desocuparam a agencia por volta das 13h45. De acordo com os sem-terra, a primeira parcela do financiamento no valor de R$ 1,4 mil venceu em outubro, mas eles dizem que não tiveram condição de pagar. O valor total do empréstimo é de R$ 9,5 mil. O dinheiro foi aplicado em agricultura de subsistência e o que sobra da lavoura é vendido nas feiras da região.




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