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Internacional
Segunda - 30 de Janeiro de 2006 às 12:20

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O Ministério de Exteriores norueguês decidiu retirar seu pessoal voluntário da Faixa de Gaza e aconselhou hoje a população a não viajar à região, por causa das ameaças da Jihad Islâmica após a publicação de caricaturas do profeta Maomé em meios de comunicação escandinavos.

A Jihad Islâmica exigiu ontem aos escandinavos que deixassem a Faixa de Gaza em 48 horas, e as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa (braço armado do movimento nacionalista Fatah) distribuíram panfletos pedindo a noruegueses, suecos e dinamarqueses que deixem a região em três dias.

O mundo muçulmano se enfureceu com a publicação no jornal dinamarquês Jyllands-Posten de caricaturas do profeta Maomé, reproduzidas em janeiro pela revista cristã e conservadora norueguesa Magazinet. O Islã proíbe a reprodução de imagens de Maomé.

"Somos conscientes das ameaças, entramos em contato com voluntários na Faixa de Gaza e coordenamos sua saída do local", disse Anne Shaw, porta-voz do Ministério de Exteriores norueguês, em entrevista ao jornal Aftenposten. Shaw também alertou os noruegueses de que "não deveriam viajar para a região".

O Governo da Noruega entrará em contato hoje com as autoridades palestinas para analisar melhor a situação.

"Nós nos sentimos perseguidos. Temos de explicar que os que publicaram as caricaturas são extremistas. Os palestinos nos perguntam se as autoridades norueguesas são as responsáveis pela publicação", disse à rede TV 2 Gudrun Bertinussen, da organização humanitária "Ajuda do povo norueguês".

Bertinussen explicou que policiais palestinos protegem os escritórios da ONG e que tanto representantes políticos como cidadãos palestinos sentem "estupor" e "decepção" pelo que consideram uma blasfêmia.

No entanto, o porta-voz das Brigadas de al-Aqsa tranqüilizou o voluntariado norueguês na região, ao afirmar que as advertências são dirigidas principalmente contra o Governo da Dinamarca.

Correspondentes noruegueses em Gaza disseram que a situação pode se tornar "perigosa e incômoda" por causa da irritação dos muçulmanos.

Diversos observadores alegaram que a única razão da reprodução das caricaturas na Magazinet, que tem seis mil leitores na Noruega, foi provocar o povo muçulmano.

"Publicamos as caricaturas para expor em público que a liberdade de expressão não deve ser restringida por causa de ameaças, mas deve ser defendida em uma democracia", disse um representante da revista em entrevista à EFE.

Vários países do Oriente Médio iniciaram um boicote de produtos escandinavos, e a porta-voz da produtora láctea dinamarquesa Arlas informou à agência norueguesa Ntb que toda a região está fechada para sua companhia.





Fonte: EFE

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