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Saúde
Sexta - 27 de Janeiro de 2006 às 20:17

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A vulnerabilidade da população negra em relação ao HIV/Aids é tema de um dos 39 projetos selecionados pelo Ministério da Saúde para desenvolver pesquisas sobre a aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) no país. O estudo será realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), sediado em São Paulo.

O ministério vai investir R$ 7,7 milhões nas pesquisas, numa parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Aproximadamente R$ 6,9 milhões serão destinados ao financiamento de 32 estudos nas regiões Norte e Centro-Oeste e o restante em sete pesquisas sobre casos de aids entre a população negra.

Segundo a pesquisadora do Cebrad Sandra Garcia, o estudo será desenvolvido em um ano e terá duas etapas: uma quantitativa e outra qualitativa. Na etapa quantitativa, serão comparados dados recolhidos pelo centro em todo o país em 1998 e em 2005, nas duas edições da pesquisa "Comportamento e Percepções da População Brasileira sobre HIV/Aids".

De acordo com Sandra, os dados referentes a 2005 ainda não foram compilados. Ela disse que, feita a análise, os dados serão comparados com as informações de 1998. Naquele ano, uma das conclusões foi de que as negras têm mais dificuldade de exigir que seus parceiros usem preservativos. Na faixa etária de 16 a 24 anos, 42% das mulheres brancas relataram que usavam preservativos nas relações sexuais e apenas 28% das negras que estavam nessa faixa disseram que usavam camisinha.

"A gente sabe que o uso do preservativo é de fundamental importância para prevenção da Aids e que a falta de capacidade de negociação é um dos fatores que compõem o quadro de vulnerabilidade ao HIV. Então, a pesquisa de 2005 vai permitir estabelecer comparações para esse período [de 1998 a 2005]. A proposta do estudo é fazer essa análise, ver quais foram as mudanças e o que permaneceu."

Na segunda etapa, serão aplicados cerca de 90 questionários nas regiões metropolitanas de São Paulo e de Recife, que vão abranger temas como percepção de risco, uso de preservativo e situações de violência sexual. "É um estudo que será completo, no sentido de que haverá uma fase quantitativa nacional, representativa, com uma comparação importante, e depois um aprofundamento, uma fase qualitativa, na qual vamos poder investigar o significado da sexualidade", explicou Sandra Garcia.





Fonte: Radiobras

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