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Internacional
Sexta - 27 de Janeiro de 2006 às 10:54

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A promotora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), Carla del Ponte, pediu hoje mais esforço dos países balcânicos e da União Européia para deter criminosos de guerra que continuam foragidos e apresentá-los à Justiça. Em Paris, onde se reuniu com a ministra de Assuntos Europeus da França, Catherine Colonna, Del Ponte disse que é "inaceitável" que criminosos da guerra nos Bálcãs continuem em paradeiro desconhecido mais de dez anos após o fim do conflito armado.

"Preciso da ajuda da UE, que envie mensagens a Belgrado para que entregue os criminosos a Haia", disse, em entrevista coletiva, a promotora suíça. Del Ponte lembrou que, de acordo com o cronograma, todos os casos deveriam estar em julgamento no tribunal em 2008.

Dois anos mais tarde, todos os processos deveriam estar encerrados para que o TPII seja extinto.

No segundo semestre terá início o julgamento pelo massacre de Srebrenica, onde oito mil muçulmanos morreram nas mãos de forças sérvias. O general Ratko Mladic é considerado o principal responsável.

Mladic e seu líder político, Radovan Karadzic, são os mais procurados criminosos do conflito balcânico. Para encontrá-los, Del Ponte espera a mesma cooperação que, em dezembro, levou à prisão do general Ante Gotovina nas ilhas Canárias, na Espanha.

A promotora do TPII apontou que, assim como a comunidade internacional aprovou resoluções para que os criminosos sejam detidos e julgados, "poderia haver sanções" para quem descumprir esse objetivo. Mas ressalvou que "isso é função da autoridade política".

A seu lado, a ministra Colonna enfatizou que os acordos entre a UE e vários países balcânicos estão condicionados à colaboração com a Justiça. Nas palavras dela, "não há paz duradoura sem justiça".

Carla del Ponte se disse convencida de que o general Mladic está escondido na Sérvia, enquanto Karadzic está em contínuo movimento.

Ela acredita que ambos contam com uma boa estrutura de proteção e com a ajuda de parte do Exército e das instituições sérvias, que ainda os encara como "heróis".





Fonte: EFE

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