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Vicunha e Friboi captam US$ 650 mi
A National Steel S/A, veículo financeiro da família Steinbruch, acaba de captar US$ 450 milhões por meio de um bônus perpétuo - sem vencimento final - de estrutura inovadora, mais do que os US$ 400 milhões lançados inicialmente. O frigorífico de carne bovina Friboi também obteve sucesso na venda de seu primeiro bônus no mercado externo: lançou US$ 200 milhões de vencimento em 2011, mais do que o total de US$ 150 milhões propostos inicialmente. Só neste ano, empresas, bancos e governo brasileiros já captaram US$ 3,625 bilhões no exterior.
"O mercado internacional continua muito receptivo ao Brasil e a captação da família Steinbruch é uma mostra disso", afirma José Olympio Pereira, diretor responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse, que junto com o Deutsche Bank, liderou a operação. Segundo ele, a demanda foi de US$ 800 milhões.
Os perpétuos da National Steel, que têm opção de resgate antecipado por parte do emissor a 100% do valor de face a partir de seu quinto ano, pagaram rendimento de 9,875% ao ano ao investidor, maior do que outras emissões de empresas não-financeiras. A produtora de açúcar e álcool Cosan, por exemplo, captou US$ 300 milhões pagando 8,25% ao ano em perpétuos na terça-feira. Mas a estrutura dos papéis da National Steel envolve bem mais risco do que as de outras empresas não-financeiras no Brasil.
Em primeiro lugar, os perpétuos da National Steel não são papéis de uma companhia operacional. Os recursos vão para a Vicunha Siderurgia, holding que detém 45% das ações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). "O pagamento da dívida é baseado no fluxo de dividendos da controlada para a controladora e não no fluxo de caixa operacional", explica José Olympio Pereira. "Isso significa que os investidores acreditaram na capacidade de geração de caixa da CSN."
Os papéis são garantidos pelas ações da CSN, representando 17% do capital total da empresa, mas não têm qualquer cláusula de chamada de margem de garantia caso o preço das ações caia. Em operações garantidas por ações no mercado de balcão dos Estados Unidos, de prazo de três a cinco anos, a chamada de margem é obrigatória e o custo fica hoje entre 7% e 8% ao ano.
Os títulos também não têm quaisquer "covenants" (cláusulas com exigências previstas em contrato) financeiras nem qualquer tipo de restrição ao pagamento de dividendos da CSN. Os detentores dos perpétuos da National Steel só recebem depois que os credores da CSN receberem, inclusive os detentores dos bônus perpétuos da empresa operacional, de US$ 750 milhões. Também não há cláusula de pagamento antecipado no caso de troca de controle acionário.
"É uma operação inovadora e muito vantajosa para o emissor, que pode financiar seu investimento no longo prazo e sem diluir seu capital", disse Pereira. Segundo ele, logo no início o Credit Suisse achou que a operação era viável, apesar de seu maior risco. "Encontramos o mercado adverso no ano passado, recolhemos a operação e a estratégia se mostrou correta", afirmou. No dia 30 de setembro de 2005, a Vicunha tentou vender US$ 475 milhões, nas suspendeu o lançamento por causa de turbulências que resultaram em oscilações bruscas nos preços dos títulos do Tesouro dos EUA, referência para o mercado de renda fixa no mundo todo.
Os recursos obtidos com os perpétuos serão usados para o pagamento antecipado de R$ 1,2 bilhão em debêntures emitidas no ano passado, de vencimento em 2012, mas com amortizações a partir do segundo ano de vida - prazo médio de 3,5 anos. As debêntures pagam 108% dos juros dos Depósitos Interfinanceiros.
Já os papéis da Friboi foram emitidos pela empresa JBS S/A e pagaram juros nominais (cupom) de 9,375% ao ano. A liquidação será no dia 6 de fevereiro próximo e o vencimento, em 7 de fevereiro de 2011. O líder é o JP Morgan Chase.
"O mercado internacional continua muito receptivo ao Brasil e a captação da família Steinbruch é uma mostra disso", afirma José Olympio Pereira, diretor responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse, que junto com o Deutsche Bank, liderou a operação. Segundo ele, a demanda foi de US$ 800 milhões.
Os perpétuos da National Steel, que têm opção de resgate antecipado por parte do emissor a 100% do valor de face a partir de seu quinto ano, pagaram rendimento de 9,875% ao ano ao investidor, maior do que outras emissões de empresas não-financeiras. A produtora de açúcar e álcool Cosan, por exemplo, captou US$ 300 milhões pagando 8,25% ao ano em perpétuos na terça-feira. Mas a estrutura dos papéis da National Steel envolve bem mais risco do que as de outras empresas não-financeiras no Brasil.
Em primeiro lugar, os perpétuos da National Steel não são papéis de uma companhia operacional. Os recursos vão para a Vicunha Siderurgia, holding que detém 45% das ações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). "O pagamento da dívida é baseado no fluxo de dividendos da controlada para a controladora e não no fluxo de caixa operacional", explica José Olympio Pereira. "Isso significa que os investidores acreditaram na capacidade de geração de caixa da CSN."
Os papéis são garantidos pelas ações da CSN, representando 17% do capital total da empresa, mas não têm qualquer cláusula de chamada de margem de garantia caso o preço das ações caia. Em operações garantidas por ações no mercado de balcão dos Estados Unidos, de prazo de três a cinco anos, a chamada de margem é obrigatória e o custo fica hoje entre 7% e 8% ao ano.
Os títulos também não têm quaisquer "covenants" (cláusulas com exigências previstas em contrato) financeiras nem qualquer tipo de restrição ao pagamento de dividendos da CSN. Os detentores dos perpétuos da National Steel só recebem depois que os credores da CSN receberem, inclusive os detentores dos bônus perpétuos da empresa operacional, de US$ 750 milhões. Também não há cláusula de pagamento antecipado no caso de troca de controle acionário.
"É uma operação inovadora e muito vantajosa para o emissor, que pode financiar seu investimento no longo prazo e sem diluir seu capital", disse Pereira. Segundo ele, logo no início o Credit Suisse achou que a operação era viável, apesar de seu maior risco. "Encontramos o mercado adverso no ano passado, recolhemos a operação e a estratégia se mostrou correta", afirmou. No dia 30 de setembro de 2005, a Vicunha tentou vender US$ 475 milhões, nas suspendeu o lançamento por causa de turbulências que resultaram em oscilações bruscas nos preços dos títulos do Tesouro dos EUA, referência para o mercado de renda fixa no mundo todo.
Os recursos obtidos com os perpétuos serão usados para o pagamento antecipado de R$ 1,2 bilhão em debêntures emitidas no ano passado, de vencimento em 2012, mas com amortizações a partir do segundo ano de vida - prazo médio de 3,5 anos. As debêntures pagam 108% dos juros dos Depósitos Interfinanceiros.
Já os papéis da Friboi foram emitidos pela empresa JBS S/A e pagaram juros nominais (cupom) de 9,375% ao ano. A liquidação será no dia 6 de fevereiro próximo e o vencimento, em 7 de fevereiro de 2011. O líder é o JP Morgan Chase.
Fonte:
Valor Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/322282/visualizar/
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