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BrT prepara demissões e corte de custo
Depois de amargar a queda de suas ações e uma boa dose de críticas de analistas ao longo das últimas semanas, a Brasil Telecom (BrT) prepara medidas para reduzir custos em diversas áreas. Uma delas seria o corte de cerca de 10% dos 6,7 mil funcionários da operadora de telefonia.
A informação, que circulou ontem desde cedo no mercado, foi confirmada ao Valor por um executivo da alta cúpula da BrT, em entrevista por telefone. Ele falou sob a condição de que seu nome fosse mantido em sigilo. A nova gestão da BrT - formada pelo Citigroup e fundos de pensão - quer tornar a força de trabalho da companhia enxuta como a da Telemar, diz esse interlocutor.
Os gastos com folha de pagamento representaram 6% da receita líquida da concessionária nos nove primeiros meses de 2005. Na Telemar, concessionária que atua em 16 Estados do Sudeste, Nordeste e Norte, esse peso foi de 4%, na mesma base de comparação, destaca o analista Felipe Cunha, do banco Brascan.
Ao menos parte das demissões poderá ocorrer em fevereiro. Os cortes deverão atingir diversas áreas da operadora. Segundo fonte da BrT, há sobreposição de funcionários em cargos gerenciais. Além disso, a empresa está unificando as forças de vendas de produtos de telefonia fixa e móvel, o que também resultaria num excedente.
A redução de custos, porém, não está restrita à área de pessoal. A BrT já chamou 20 de seus maiores fornecedores para renegociar contratos que a nova administração considerou caros frente aos padrões de mercado. Dois dos maiores focos de despesas na empresa são serviços terceirizados de manutenção da planta de telefonia e call center. Juntos, perfazem cerca de R$ 1,5 bilhão.
Em dezembro, numa apresentação a analistas, o presidente da BrT, Ricardo Knoepfelmacher, mencionou que um mês antes de ser destituída, a gestão comandada pelo Opportunity aprovou quase R$ 2 bilhões em contratos - alguns dos quais poderiam ser revistos.
A diretoria nomeada pelo Opportunity foi afastada no fim de setembro do ano passado, quando o Citi e as fundações assumiram o comando da empresa.
A partir de agora, disse o executivo, a operadora adotará um sistema de licitação para firmar a maior parte de seus contratos. "Antes, muitos contratos já vinham prontos da presidência, a área de compras sequer negociava", afirmou.
De janeiro a setembro de 2005, a holding Brasil Telecom Participações lucrou R$ 89 milhões, mas deverá fechar o ano com prejuízo por conta de uma provisão de R$ 622 milhões anunciada recentemente.
Para Cunha, analista do Brascan, a redução no quadro de funcionários deverá ter impacto positivo de 0,5 ponto percentual na margem operacional (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Brasil Telecom neste ano. "Essas sinalizações, por menores que sejam, são positivas", avalia. "O calcanhar-de-aquiles é a pressão que a área de telefonia móvel exerce sobre a margem dela."
Aos poucos, a nova administração vem tentado reverter a decepção que causou entre analistas e investidores uma apresentação feita pelos executivos no fim do ano passado - quando foram reveladas perspectivas pouco animadoras sobre a companhia.
"Aquela apresentação foi realmente frustrante", diz Cunha. Na ocasião, a operadora afirmou que sua margem operacional para 2006 deve ficar igual ou dois pontos percentuais inferior à de 2005, que ainda não foi revelada.
Outro flanco encampado pela Brasil Telecom para ganhar a confiança dos investidores é na governança corporativa - foi criada inclusive uma diretoria para isso, como antecipou o Valor no início de dezembro.
No começo da tarde de ontem, o diretor de governança corporativa, Fabio Moser, fez uma apresentação no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e bateu na tecla de que a intenção é tornar a BrT mais transparente. A empresa contratou o Boston Consulting Group para auxiliá-la na tarefa de detectar aspectos que possam ser aprimorados. "Estamos construindo um sistema de governança que deve persistir independentemente de quem controlar a BrT", afirma o executivo.
Moser rebate as críticas de analistas após a apresentação feita a eles em dezembro, segundo as quais a nova gestão não estaria sendo tão eficiente quanto se esperava, do ponto de vista operacional. "Não poderia ser diferente. Fazia apenas 60 dias que estávamos na gestão e não foi uma transição tranqüila. O mesmo gestor tinha de olhar para trás e para a frente", diz, referindo-se à análise que foi feita da herança deixada pela diretoria anterior. "Agora, sim, conseguimos estar muito mais focados no negócio", destaca.
A informação, que circulou ontem desde cedo no mercado, foi confirmada ao Valor por um executivo da alta cúpula da BrT, em entrevista por telefone. Ele falou sob a condição de que seu nome fosse mantido em sigilo. A nova gestão da BrT - formada pelo Citigroup e fundos de pensão - quer tornar a força de trabalho da companhia enxuta como a da Telemar, diz esse interlocutor.
Os gastos com folha de pagamento representaram 6% da receita líquida da concessionária nos nove primeiros meses de 2005. Na Telemar, concessionária que atua em 16 Estados do Sudeste, Nordeste e Norte, esse peso foi de 4%, na mesma base de comparação, destaca o analista Felipe Cunha, do banco Brascan.
Ao menos parte das demissões poderá ocorrer em fevereiro. Os cortes deverão atingir diversas áreas da operadora. Segundo fonte da BrT, há sobreposição de funcionários em cargos gerenciais. Além disso, a empresa está unificando as forças de vendas de produtos de telefonia fixa e móvel, o que também resultaria num excedente.
A redução de custos, porém, não está restrita à área de pessoal. A BrT já chamou 20 de seus maiores fornecedores para renegociar contratos que a nova administração considerou caros frente aos padrões de mercado. Dois dos maiores focos de despesas na empresa são serviços terceirizados de manutenção da planta de telefonia e call center. Juntos, perfazem cerca de R$ 1,5 bilhão.
Em dezembro, numa apresentação a analistas, o presidente da BrT, Ricardo Knoepfelmacher, mencionou que um mês antes de ser destituída, a gestão comandada pelo Opportunity aprovou quase R$ 2 bilhões em contratos - alguns dos quais poderiam ser revistos.
A diretoria nomeada pelo Opportunity foi afastada no fim de setembro do ano passado, quando o Citi e as fundações assumiram o comando da empresa.
A partir de agora, disse o executivo, a operadora adotará um sistema de licitação para firmar a maior parte de seus contratos. "Antes, muitos contratos já vinham prontos da presidência, a área de compras sequer negociava", afirmou.
De janeiro a setembro de 2005, a holding Brasil Telecom Participações lucrou R$ 89 milhões, mas deverá fechar o ano com prejuízo por conta de uma provisão de R$ 622 milhões anunciada recentemente.
Para Cunha, analista do Brascan, a redução no quadro de funcionários deverá ter impacto positivo de 0,5 ponto percentual na margem operacional (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Brasil Telecom neste ano. "Essas sinalizações, por menores que sejam, são positivas", avalia. "O calcanhar-de-aquiles é a pressão que a área de telefonia móvel exerce sobre a margem dela."
Aos poucos, a nova administração vem tentado reverter a decepção que causou entre analistas e investidores uma apresentação feita pelos executivos no fim do ano passado - quando foram reveladas perspectivas pouco animadoras sobre a companhia.
"Aquela apresentação foi realmente frustrante", diz Cunha. Na ocasião, a operadora afirmou que sua margem operacional para 2006 deve ficar igual ou dois pontos percentuais inferior à de 2005, que ainda não foi revelada.
Outro flanco encampado pela Brasil Telecom para ganhar a confiança dos investidores é na governança corporativa - foi criada inclusive uma diretoria para isso, como antecipou o Valor no início de dezembro.
No começo da tarde de ontem, o diretor de governança corporativa, Fabio Moser, fez uma apresentação no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e bateu na tecla de que a intenção é tornar a BrT mais transparente. A empresa contratou o Boston Consulting Group para auxiliá-la na tarefa de detectar aspectos que possam ser aprimorados. "Estamos construindo um sistema de governança que deve persistir independentemente de quem controlar a BrT", afirma o executivo.
Moser rebate as críticas de analistas após a apresentação feita a eles em dezembro, segundo as quais a nova gestão não estaria sendo tão eficiente quanto se esperava, do ponto de vista operacional. "Não poderia ser diferente. Fazia apenas 60 dias que estávamos na gestão e não foi uma transição tranqüila. O mesmo gestor tinha de olhar para trás e para a frente", diz, referindo-se à análise que foi feita da herança deixada pela diretoria anterior. "Agora, sim, conseguimos estar muito mais focados no negócio", destaca.
Fonte:
Valor On Line
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/322296/visualizar/
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