Novo escândalo gay abala liberais britânicos

Um escândalo sexual voltou a abalar nesta quinta-feira a segunda força da oposição britânica, o Partido Liberal Democrata, quando Simon Hughes, candidato à liderança da formação, admitiu que manteve relações homossexuais depois de ter negado. O novo escândalo veio à tona poucos dias depois do deputado liberal democrata Mark Oaten, casado e com duas filhas, ter desistido de ser candidato a liderar o partido após as informações de que havia mantido tórridas relações sexuais com um garoto de programa de 23 anos.

"Não tenho nenhum problema em dizer que tive relações homossexuais e heterossexuais no passado", afirmou o político em uma entrevista publicada na edição desta quinta-feira do tablóide The Sun.

A confissão contrasta com as declarações recentes de Hughes ao jornal The Independent (centro-esquerda), nas quais negou ser homossexual. Ao ser questionado pelo Independent se era homossexual, o líder político respondeu de maneira taxativa: "Não, não sou". "Porém, se o fosse não me importaria em absoluto", acrescentou Hughes, rebatendo os boatos que atribuiu ao fato de ser solteiro. "Já pensei em me casar, mas não tive a sorte que gostaria", afirmou, numa resposta aos boatos.

Na entrevista ao The Sun, Hughes afirma que cometeu um erro por não ter admitido antes sua homossexualidade. "Acredito que as pessoas têm direito a uma vida privada, se esta vida privada não interfere em suas responsabilidades públicas", declarou depois em um comunicado.

Já Oaten, 41 anos, permanece como deputado na Câmara dos Comuns, mas é possível que o escândalo revelado no fim de semana passado pelo tablóide sensacionalista News of the World - que vende 3,72 milhões de exemplares semanais - custe a vaga de parlamentar.

No dia 7 de janeiro, o principal líder dos liberal democratas, Charles Kennedy, renunciou prematuramente à direção do partido depois de admitir seus problemas como o álcool, depois de saber que um programa de televisão revelaria seus problemas com a bebida.