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Economia
Sexta - 27 de Janeiro de 2006 às 06:37

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São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga hoje os resultados da Sondagem Industrial do quarto trimestre de 2005, feita pela entidade junto a empresas de todo o País, com participação das Federações das Indústrias nos Estados. O levantamento cobriu o período de 4 a 24 deste mês e envolveu 1.240 pequenas e médias empresas, e 212 de grande porte.

A pesquisa espelha a opinião dos industriais sobre o desempenho do último trimestre do ano passado e, também, suas expectativas para os primeiros seis meses de 2006. Nela, os empresários se manifestaram sobre os principais problemas que afetam o setor industrial. O levantamento traz, ainda, as perspectivas de pequenos, médios e grandes industriais para itens como faturamento, compra de matérias-primas, emprego e exportações.

Sondagem da FGV A sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o mesmo período apontou que a demanda industrial permaneceu em ritmo lento no quarto trimestre do ano passado. A pesquisa mostra que a parcela dos entrevistados que consideravam como forte o nível de demanda no mercado interno caiu de 13% para 9%, na passagem do terceiro trimestre para o quarto.

Os resultados pioram quando o entrevistado foi indagado sobre a situação atual dos negócios. No mesmo período de comparação, caiu de 22% para 16% a parcela dos entrevistados que a consideravam como boa. Além disso, subiu de 19% para 22% os que consideram fraca a situação dos negócios, na passagem do terceiro para o quarto trimestre.

IBGE: produção industrial não é animadora Outra fonte de apuração, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que, ainda no quarto trimestre, especificamente no mês de novembro, os dados da produção industrial não foram muito animadores. No mês houve crescimento de 0,6% nas comparações com o mesmo período do ano passado e com outubro - já descontadas as influências sazonais. Apesar de baixo, o resultado veio no piso das estimativas, que iam de 0,57% a 1,60% (mediana de 1%).

Técnicos do IBGE observam no documento de divulgação que "os índices para novembro mostram aumento discreto no ritmo produtivo da indústria". No entanto, acrescentam que o resultado não recupera a queda observada na passagem de agosto para setembro (-2,2%).

Formação de estoques Alguns analistas avaliam que a indústria errou nas suas projeções de vendas. Ou seja, produziram mais do que venderam. Com estoques mais cheios, a indústria desaqueceu. Esta opinião é compartilhada pelo coordenador da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da FGV, Aloísio Campelo.

Produção de 2006 pode continuar fraca A produção industrial em 2006 pode continuar fraca, caso as taxas de juros não recuem. Este é o cenário traçado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que espera um crescimento ao redor de 2,5% para a produção industrial em 2005, como é previsto para este ano.

O diretor-executivo da entidade, Julio Sergio Gomes de Almeida, avalia, no entanto, que o governo federal está com a "faca e o queijo na mão" para elevar o crescimento para entre 3% e 4% em 2006. Para tanto, o governo deve cuidar do controle de gastos, da manutenção da inflação em patamares baixos, o que permitirá que os cortes de juros sejam mais expressivos.




Fonte: Agência Estado

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