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Agronegócios
Quinta - 26 de Janeiro de 2006 às 14:10

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Mato Grosso precisa de cerca de R$ 2,4 bilhões para serem investidos em 4 anos para combater a cigarrinha-das-pastagens e reduzir em 80% a praga, que atinge hoje 99% da área utilizada para abrigar a pecuária extensiva no Estado. Para fazer o controle biológico do inseto por meio da aplicação do fungo Metarhizium anisopliae, que mata a cigarrinha, são gastos em média R$ 200 por hectare de pasto.

Para abrigar o rebanho de 26,844 milhões de cabeças de gado os pecuaristas do Estado utilizam cerca de 12 milhões de hectares. A praga acaba com o capim, deixando o rebanho sem alimento, o que obriga os criadores a vender os animais.

O diretor da Associação de Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR), Paulo Ediberto Resende, pondera que a aplicação biológica (fungo) é a maneira mais barata e mais eficiente no controle da cigarrinha. Contudo, ele frisa que não é possivel extinguir a praga, mas administrar a proliferação do inseto. Outra forma de combate à cigarrinha é o tratamento de choque com a aplicação de agrotóxicos. O método demanda em média R$ 300 por hectare e os resultados são menos duradouros.

O litro da solução para o controle biológico da praga custa cerca de R$ 40, quantidade que deve ser aplicada em 1 hectare de pastagem no 1º ano do tratamento. Nos anos seguintes as proporções caem para 60%, 40% e 20%, fechando o ciclo de 4 anos. O que encarece o trabalho são as despesas com mão-de-obra e os custos operacionais. A pulverização do fungo exige alguns cuidados. É necessário fazer a aplicação em dias nublados e úmidos ou durante a madrugada. Nas grandes propriedades é necessário fazer aplicação aérea, o que demanda gastos maiores.

Mesmo depois da pulverização é necessária a manutenção do fungo. Por isso as pastagens não podem ser queimadas. No período da seca é necessário ainda manter o capim alto para que haja umidade suficiente para sobrevivência do organismo. As pastagens baixas deixam o fungo vulnerável ao calor. O proprietário da fazenda Adorama, localizada em Araputanga, Carlos Sérgio Arantes, há 2 anos fez o controle biológico da cigarrinha. Apesar de não revelar quanto foi investido, ele diz que no 1º ano os efeitos foram positivos, mas que no ano seguinte a praga retornou.

Para o pecuarista o combate à praga de forma isolada também não surte efeito, uma vez que há migração de outras propriedades onde não foi feito o controle biológico. O diretor da APR avalia que para que se consiga um resultado favorável é necessário fazer o controle biológico anualmente. É fundamental ainda que o trabalho envolva todos os criadores para que não haja uma nova infestação das pastagens.





Fonte: Só Notícias

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