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Economia
Sexta - 04 de Janeiro de 2013 às 06:44

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A volta gradual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já provocou aumento no preço dos automóveis novos e a tendência é que os valores subam entre 3% e 3,5%, segundo o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Aumotores (Fenabrave), Flávio Antonio Meneghetti.

Segundo Meneghetti, o aumento não será exagerado. "A indústria trabalha com seus custos, mas tem que respeitar o mercado. Nada de exacerbação vai acontecer. O mercado vai falar mais forte. Agora (o preço) está subindo como consequência da remarcação do IPI e eventualmente como recomposição de margem".

De janeiro a março, o imposto cobrado para carros de 1000 cilindradas é de 2%, ante 0% que estava vigente. De abril a junho, a taxação será de 3,5% para esses modelos. Já os de 1000 a 2000 cilindradas flex estão com imposto em 7% e passarão a ter 9% de cobrança a partir de abril. No caso dos movidos à gasolina, de 1000 a 2000 cc, a taxação é de 8% e pulará para 10%. A alíquota original do IPI para os carros de 1000 cc é de 7%; para os flex de até 2000 cc é de 11%; para os movidos a gasolina é de 13%.

Para ele, o impacto do IPI nas vendas ainda será sentido em 2013. "Certamente o impacto vai acontecer. Por isso negociamos com o governo para que ele (imposto) fosse retirado escalonadamente, ou seja, em seis meses, ele vai voltar ao patamar normal. Acreditamos que o primeiro trimestre vai ser o mais difícil, mas temos ainda um estoque de preços velhos que vai garantir uma certa atividade nos meses de janeiro e fevereiro. E, a partir do segundo trimestre, com a retomada já da economia em seu ritmo normal, acreditamos que o país vá crescer 3% e o mercado voltará a acompanhar esse número", disse o presidente da Fenabrave.

Hoje, a associação anunciou que as vendas de carros, veículos comerciais leves (como vans e furgões), caminhões e ônibus bateram recorde histórico em 2012. Foram comercializadas 3.801.859 unidades no acumulado do ano passado, o que representou aumento de 4,65% em comparação a 2011. Excluindo-se o comércio de caminhões e ônibus, as vendas de veículos (carros e comerciais leves) cresceram 6,11% em 2012 em comparação ao ano anterior.

Segundo Flávio Antonio Meneghetti, o recorde foi resultado principalmente da redução da alíquota do IPI. "Em maio, estávamos prevendo um número negativo para o ano como um todo. Depois do esforço conjunto entre governo, indústria, bancos e concessionárias conseguimos reverter esse número e terminamos o ano com um aumento de 6,1% (quando considerada apenas a venda de automóveis e comerciais leves)", disse.

Para 2013, a federação projeta crescimento de 3% nas vendas de automóveis e comerciais leves e de 2,82% nas vendas de veículos como um todo (englobando carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos). "Estamos imaginando que o PIB vá crescer 3%. Se o PIB crescer 3%, ele terá força para puxar a indústria como um todo e, atrás dele, o mercado consumidor. Então, acreditamos que vamos acompanhar o crescimento do PIB", disse Meneghetti.

"Em nossa primeira expectativa, o setor automotivo deve apresentar, no que tange a automóveis e comerciais leves, algum crescimento, mesmo que mais modesto do que este ano e em especial por conta da eliminação dos incentivos que foram dados no ano passado", disse Tereza Fernandez, sócia diretora da consultoria MB Associados. "Se houver crescimento de 3% na venda de automóveis e comerciais leves ainda será um novo recorde em cima do recorde deste ano", prevê.

Apesar do crescimento recorde nas vendas de veículos (carros, comerciais leves e caminhões), o setor fechou o ano em queda de 2,25% quando contabilizados também os segmentos de motos e implementos rodoviários. O número negativo decorre principalmente da queda na venda de caminhões (-20,22%) e de motos (-15,62%) ao longo do ano. Segundo Meneghetti, a redução nas vendas de caminhões tem duas explicações. "A primeira delas foi a antecipação de compras muito forte que houve em 2011 por causa da mudança de tecnologia que encareceu os veículos em 2012. Em segundo, a própria queda da atividade econômica", disse ele, acrescentando que o crescimento menor da economia nacional gerou menor carga transportada.

"Já no caso das motocicletas foi basicamente crédito. Com a exigência de (pagamento de) entrada de 30%, em prazo menor, colocou-se fora do mercado um monte de consumidores que anteriormente compravam a moto em 60 vezes, sem entrada", ressaltou Meneghetti.

Levando em conta apenas o mês de dezembro passado, a venda de automóveis e comerciais leves cresceu 15,75% em relação a novembro e 4,43% em comparação ao mesmo período de 2011 com a comercialização de 343.770 unidades. Somando-se também as 15.569 de caminhões e ônibus vendidas e mais a quantidade de motos e implementos rodoviários, o setor comercializou 510.298 veículos em dezembro, valor 14,32% superior a novembro.






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