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Internacional
Quarta - 25 de Janeiro de 2006 às 08:10

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Com manifestações antiimperialistas mais de 10 mil ativistas contrários à globalização abriram nesta terça-feira o VI Fórum Social Mundial (FSM) de Caracas com uma marcha contra as armas que exaltou a revolução bolivariana idealizada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez.

A manifestação foi liderada por um enorme cartaz em que se lia "Não à guerra e ao imperialismo, outro mundo é possível", erguido por representantes da argentina Mães da Praça de Maio e da equatoriana Confederação de Nacionalidades Indígenas.

Ao ritmo de tambores e cantos, os manifestantes percorreram a avenida que leva ao Forte Tiuna, maior enclave militar de Caracas, onde acontecem os desfiles militares. "É muito bom um evento como este, podemos ver como a unidade que os povos desejam se concretiza, é o sonho que Simon Bolívar teve de uma América unificada", disse o estudante de engenharia e informática equatoriano Cristián Daniel.

"Esta marcha nos diz que um mundo melhor é possível, viemos trazer a boa nova de que é possível, de que há técnicas para que ele aconteça", disse a arquiteta Isabel Donato, representante da fundação argentina Projeto São Miguel, que colabora com setores carentes.

Sob um forte esquema militar e policial, marcharam ainda membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e eram vistas bandeiras de Venezuela, Colômbia, México, Nicarágua e Palestina.

"Bush fascista, guerreiro e imperialista", "Não ao império", "Milhões para a guerra e nada para os pobres", eram frases que também podiam ser ouvidas ao longo da manifestação, que partiu da Praça das Tres Gracias e terminou com um ato antibélico no Paseo Los Próceres, onde se encontra o Forte Tiuna.

Este ato foi encabeçado pela militante americana Cindy Sheehan, mãe de um soldado morto no Iraque que se converteu em símbolo da luta contra as armas. "Devemos parar com a guerra no Iraque, não devemos permitir que ocorra outra vez", frisou Sheehan durante a marcha. "Meu Governo não deveria se meter em lugar algum", acrescentou a "mãe pacifista", como é conhecida nos Estados Unidos.

A ativista, que espera se encontrar com Chávez esta semana, elogiou a figura do presidente venezuelano por sua feroz posição contra Bush. "Admiro Chávez por sua firmeza contra o meu Governo e suas intervenções", declarou.

Militantes homossexuais, seguidores de Hare-Krhisnas e membros de organizações, que pediam a desocupação do Haiti e da Palestina, também estiveram presentes à manifestação.

A mobilização ainda serviu para exaltar a chamada revolução bolivariana e em especial o seu líder, Hugo Chávez, assim como os governos de esquerda no Brasil, Bolívia e Uruguai. "Viva à revolução bolivariana!, Viva Chávez!, Viva Evo!, Viva Lula!", gritava um ativista em um caminhão, pedindo apoio ao governo de Caracas e criticando o imperialismo.

Em seu percurso de um quilômetro, a marcha se concentrou em dois núcleos. O primeiro, que abria os protestos, reuniu os seguidores de Chávez, enquanto um segundo, representado em sua maioria por ONGs internacionais, gritava palavras contra a guerra.

A edição de Caracas, que segue a fase africana realizada na semana passada em Bamako, e que precede a de Karachi, a ser realizada em março, acontece em meio a críticas sobre uma suposta politização do Fórum e sobre a ingerência do governo Chávez, já que o presidente venezuelano ajudou no financiamento e no apoio logístico do evento.





Fonte: AFP

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