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Internacional
Terça - 24 de Janeiro de 2006 às 22:46

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, pediu que os países em guerra ao redor do mundo respeitem a trégua olímpica durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Turim do próximo mês.

Falando após reunião com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, na sede da organização esportiva em Lausanne, Annan afirmou que a trégua dá uma oportunidade para que os combatentes repensem suas motivações.

"O período dos Jogos Olímpicos obviamente não é longo o bastante para acreditarmos que podemos usá-los para estabelecer a paz duradoura", disse Annan a repórteres após o encontro.

"Entretanto, é uma chance para os protagonistas olharem ao redor, ver como estão destruindo suas comunidades e oferece uma chance para que explorem outras opções."

Introduzida nos Jogos modernos em 1991, a trégua pede o suspensão dos combates durante as Olimpíadas. Pouco após sua adoção, a trégua foi usada para permitir que atletas da ex-Iugoslávia participassem dos Jogos de Barcelona em 1992 sem precisar declarar nenhuma sujeição nacional.

A trégua também provocou uma queda na violência durante o cerco à cidade de Sarajevo durante os Jogos de Inverno de 1994 em Lillehammer — apesar de o cessar fogo não ter sido definitivo.

Mais recentemente, o pedido de trégua permitiu que representantes do Timor Leste disputassem os Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, edição que teve também uma participação conjunta das Coréias do Norte e do Sul na cerimônia de abertura.

Entretanto o pedido de trégua não impediu que atrocidades acontecessem durante as Olimpíadas — mais notadamente em Munique-1972 quando 11 israelenses foram assassinados e em Atlanta-1996, quando uma pessoa foi morta em um atentado a bomba.

Em três ocasiões, os Jogos Olímpicos foram cancelados devido a guerras— 1916, 1940 e 1944.

A Assembléia Geral da ONU já adotou sete resoluções para apoiar a trégua, a mais recente em novembro do ano passado. Rogge e Annan também discutiram atuais parcerias entre o COI e a ONU nos campos da educação, da saúde e do meio-ambiente.

"Em qualquer lugar que a ONU tenha escritórios, podemos trabalhar com os comitês olímpicos nacionais para garantir que o esporte se incorporado mais e mais nos currículos educacionais", acrescentou Annan.

Mais tarde nesta terça-feira, após encontrar-se com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em Zurique, Annan afirmou que o futebol pode unir as nações.

"Não posso pensar em um segundo esporte que tenha a capacidade de unir tantas pessoas e tirá-las de suas preocupações por 90 minutos", afirmou Annan, que está pensando em assistir a Copa do Mundo da Alemanha no meio do ano.

Annan, Rogge e Blatter devem participar de um seminário de impacto global do esporte no Fórum Econômico Mundial em Davos, na quarta-feira.





Fonte: Reuters

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