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Em meio a polêmica, Morales nomeia nova cúpula militar
Evo Morales, o primeiro indígena presidente da Bolívia, nomeou na terça-feira homens de sua confiança para a cúpula militar e policial. Além disso, transferiu dezenas de generais para a reserva.
As Forças Armadas ainda se ressentem da decisão do governo anterior, há alguns meses, de destruir os únicos mísseis que o país possuía, o que ocorreu nos Estados Unidos, de forma supostamente irregular.
"Lamento muito as informações que recebemos semanas, meses atrás, sobre o desarmamento das Forças Armadas. Não tomei nenhuma ação contra os membros das Forças Armadas e, sim, contra os comandantes. Chegou o momento de investigar", disse Morales antes de dar posse à nova cúpula militar e policial.
"Não por isso alguns membros das Forças Armadas têm de se incomodar, todos têm de contribuir com a investigação, quem não deve não teme", desafiou.
Esse é o primeiro momento de tensão no governo de Morales, de 46 anos, líder dos plantadores de coca, que tomou posse no domingo. Depois de um longo histórico de golpes, as Forças Armadas deixaram de intervir na política desde 1982, mas tiveram uma polêmica atuação na repressão às revoltas populares dos últimos cinco anos.
"Depois daquilo dos mísseis, a cúpula ficou em grande descrédito. Não há risco no que fez o presidente, porque tem uma grande margem de ação, tem respaldo", disse um analista político, que preferiu não ser identificado.
A decisão de Morales se junta a outras de grande impacto que ele tomou nesta semana, como a designação de um ministério predominantemente indígena e a de estatizar as reservas de gás, maior riqueza do país, como parte de um plano para nacionalizar os recursos naturais.
"É INJUSTO"
A posse dos novos comandantes foi marcada por incidentes. Logo no começo, enquanto o locutor oficial nomeava os novos chefes militares, a filha de um dos generais afastados interrompeu gritando "É injusto" e depois acusou as designações de violarem as normas.
Seu pai, o general-de-divisão Marco Antonio Vázquez, está sendo investigado pelo caso da destruição dos mísseis. "O que estão fazendo comigo é uma coisa injusta, não se ativeram aos regulamentos. Aqui tenho todos os documentos que determinam que minha pessoa não participou de nenhuma situação nos mísseis", disse ele a jornalistas.
O porta-voz de Morales, Alex Contreras, afirmou que "o senhor presidente é respeitoso do que significa a ordem nas Forças Armadas". "É um fato isolado, queremos dizer que se tratou de uma perturbação do general, de sua esposa e de sua filha."
O novo comando militar está encabeçado pelo general-de-divisão Wilfredo Vargas, como comandante-chefe, e o brigadeiro Carlos Antelo como chefe de Estado Maior.
O general-de-brigada Freddy Bersatti prestou juramento como comandante do Exército, forçando dezenas de generais mais antigos a passarem à reserva. O brigadeiro Luis Trigo, da Aeronáutica, o contra-almirante José Alba, da Marinha, e o comandante Isaac Pimentel são os outros nomeados.
Morales deixou rapidamente o palácio do governo antes que seus ministros terminassem de cumprimentar os novos comandantes. Minutos depois, em outro discurso, na inauguração de uma feira de artesanato tradicional, pediu aos militares afastados que "se subordinem" à sua decisão.
As Forças Armadas ainda se ressentem da decisão do governo anterior, há alguns meses, de destruir os únicos mísseis que o país possuía, o que ocorreu nos Estados Unidos, de forma supostamente irregular.
"Lamento muito as informações que recebemos semanas, meses atrás, sobre o desarmamento das Forças Armadas. Não tomei nenhuma ação contra os membros das Forças Armadas e, sim, contra os comandantes. Chegou o momento de investigar", disse Morales antes de dar posse à nova cúpula militar e policial.
"Não por isso alguns membros das Forças Armadas têm de se incomodar, todos têm de contribuir com a investigação, quem não deve não teme", desafiou.
Esse é o primeiro momento de tensão no governo de Morales, de 46 anos, líder dos plantadores de coca, que tomou posse no domingo. Depois de um longo histórico de golpes, as Forças Armadas deixaram de intervir na política desde 1982, mas tiveram uma polêmica atuação na repressão às revoltas populares dos últimos cinco anos.
"Depois daquilo dos mísseis, a cúpula ficou em grande descrédito. Não há risco no que fez o presidente, porque tem uma grande margem de ação, tem respaldo", disse um analista político, que preferiu não ser identificado.
A decisão de Morales se junta a outras de grande impacto que ele tomou nesta semana, como a designação de um ministério predominantemente indígena e a de estatizar as reservas de gás, maior riqueza do país, como parte de um plano para nacionalizar os recursos naturais.
"É INJUSTO"
A posse dos novos comandantes foi marcada por incidentes. Logo no começo, enquanto o locutor oficial nomeava os novos chefes militares, a filha de um dos generais afastados interrompeu gritando "É injusto" e depois acusou as designações de violarem as normas.
Seu pai, o general-de-divisão Marco Antonio Vázquez, está sendo investigado pelo caso da destruição dos mísseis. "O que estão fazendo comigo é uma coisa injusta, não se ativeram aos regulamentos. Aqui tenho todos os documentos que determinam que minha pessoa não participou de nenhuma situação nos mísseis", disse ele a jornalistas.
O porta-voz de Morales, Alex Contreras, afirmou que "o senhor presidente é respeitoso do que significa a ordem nas Forças Armadas". "É um fato isolado, queremos dizer que se tratou de uma perturbação do general, de sua esposa e de sua filha."
O novo comando militar está encabeçado pelo general-de-divisão Wilfredo Vargas, como comandante-chefe, e o brigadeiro Carlos Antelo como chefe de Estado Maior.
O general-de-brigada Freddy Bersatti prestou juramento como comandante do Exército, forçando dezenas de generais mais antigos a passarem à reserva. O brigadeiro Luis Trigo, da Aeronáutica, o contra-almirante José Alba, da Marinha, e o comandante Isaac Pimentel são os outros nomeados.
Morales deixou rapidamente o palácio do governo antes que seus ministros terminassem de cumprimentar os novos comandantes. Minutos depois, em outro discurso, na inauguração de uma feira de artesanato tradicional, pediu aos militares afastados que "se subordinem" à sua decisão.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/322838/visualizar/
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