Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 24 de Janeiro de 2006 às 12:02

    Imprimir


O Governo do socialista Evo Morales, que conta com um forte apoio da comunidade internacional, está disposto a trabalhar duro para "voltar a fundar" a Bolívia e conseguir a união de todos os cidadãos.

Os responsáveis pelos 16 ministérios ocuparão hoje seus cargos e sua primeira tarefa será conseguir "burocracia zero e corrupção zero", como exigiu o presidente Morales.

O Gabinete da Bolívia, formado por intelectuais de esquerda, mulheres, mineradores, camponeses, sindicalistas e indígenas, enfrenta grandes desafios, como conseguir que o país abandone o primeiro lugar na lista dos mais pobres da América do Sul.

A solução para este problema, segundo Morales, passa pelo que chama de "refundação" do país - uma reforma em profundidade do Estado e da vida política com a incorporação dos pobres e dos índios ao poder -, e pela nacionalização dos recursos naturais, principalmente do gás.

A agenda do novo ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, um jornalista especializado em assuntos energéticos, será uma das mais repletas nos próximos dias, já que pretende negociar com as multinacionais estabelecidas na Bolívia, "uma a uma", a assinatura de novos contratos.

Além disso, vai propor ajustes à Lei de Hidrocarbonetos aprovada em maio de 2005 e não reconhecerá a Câmara de Hidrocarbonetos como interlocutora nas negociações.

Este anúncio, embora esperado, não deixa de gerar inquietação entre os investidores, apesar das advertências de Morales de que não haverá desapropriações, e sim benefícios para todos.

Além de receber promessas, o Governo de La Paz materializou vários convênios com Cuba em áreas de saúde, esportes e educação, que culminaria com a erradicação do analfabetismo na Bolívia.

No entanto, o maior acordo fechado por Morales ontem foi com seu parceiro venezuelano, o presidente Hugo Chávez, com quem iniciou uma aliança política e energética com a assinatura de oito convênios.

De todos eles, o mais importante é o energético, que permitirá o envio mensal à Bolívia de até 200 mil barris de gasóleo, que anualmente alcançará um custo estimado entre US$ 120 milhões e US$ 150 milhões.

Além disso, a Venezuela se comprometeu a comprar outras 200 mil toneladas de soja adicionais às importações atuais e 20 mil toneladas de carne de frango.

O Governo de Evo Morales também deverá iniciar a partir de hoje os novos Ministérios de Água, Justiça e Planejamento Econômico.

Suas tarefas serão voltadas para tornar a água um serviço público, dotar o país de justiça verdadeira e reverter a anacrônica economia herdada dos Governos anteriores, assim como as desigualdades sociais.

Entre as atividades do presidente Morales previstas para hoje está tomar juramento aos integrantes da nova cúpula das Forças Armadas. Depois, participará da tradicional festa da Alasita, na qual todo ano os bolivianos renovam seus sonhos comprando bens em miniatura.




Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/322969/visualizar/