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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Segunda - 23 de Janeiro de 2006 às 09:36

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O skank, droga que vale mais do que ouro (o grama está cotado a cerca de R$ 50 no Brasil, enquanto a mesma quantidade do metal vale aproximadamente R$ 40), está supervalorizado por causa da dificuldade dos traficantes para trazê-lo ao País. O cheiro forte é o principal empecilho ao serviço das chamadas "mulas", que fazem o transporte principalmente na rota Holanda-Brasil, quase sempre, com algumas escalas - a maioria dentro da Europa.

Mas, com o mercado consumidor em alta, os valores para quem se arrisca também aumentam. Segundo investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, um transportador chega a embolsar cerca de 5 mil euros (R$ 13,7 mil) por trecho viajado.

"Além desse dinheiro, a 'mula' ganha as passagens e um cartão clonado para usar em eventuais despesas", conta o delegado da 16ª DP (Barra da Tijuca), Rodrigo Oliveira.

As táticas são variadas. A principal delas é sair do Rio com a passagem de volta para casa já marcada. Na Europa, porém, as "mulas" trocam seus bilhetes e incluem outros países na rota, tentando não deixar rastros.

Cocaína ainda é mais rentável para as "mulas"

Comissário de bordo de uma empresa brasileira, Y. trabalhou durante anos em vôos entre Rio e Amsterdã e sabe como funciona o esquema. "É um trecho muito visado, assim como Londres. É bem mais fácil entrar por Lisboa, Paris, Madri", explica, acrescentando que o tráfico de cocaína ainda rende bem mais do que de qualquer outra droga:

"Quem leva 20 quilos de pó consegue ficar com uns US$ 50 mil (R$ 118 mil)", garante.

Rodrigo Oliveira afirma que, no caso do skank, é difícil trazer tanta droga de avião. "Os traficantes vêm com três, quatro quilos. Mas muita coisa cehga pelos contêineres dos navios", diz. Temor de que mais países produzam

Titular da 16ª DP, Rodrigo de Oliveira, que já esteve à frente da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e investigou quadrilhas que abastecem a classe média alta, acredita que o consumo do skank ainda permanece restrito a usuários com alto poder aquisitivo porque a droga não existe em países que fazem fronteira com o Brasil.

"Se houvesse plantação na América do Sul, traficantes teriam muitas outras formas de fazer o skank entrar aqui. Assim, a droga seria mais barata e se espalharia com facilidade. Para a polícia, o combate seria muito mais complicado", analisa o delegado.





Fonte: O Dia

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