Justiça libera viagem de Maluf e mulher à França

Alvo de processo pelas acusações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha, o ex-prefeito paulistano Paulo Maluf recebeu autorização judicial para viajar até a França - sede de uma das contas ilegais no exterior atribuídas à família dele, na qual permanece bloqueado US$ 1,7 milhão por decisão judicial. O dinheiro, segundo declaração de renda dos Maluf, se refere à venda de imóveis da família da mulher do ex-prefeito, Sylvia.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, na solicitação à Justiça os advogados de Maluf alegaram que o ex-prefeito, Sylvia e o filho Flávio necessitam viajar "a negócios". A juíza federal de primeira instância Sílvia Maria Rocha - a mesma que determinou a prisão de Maluf e Flávio no ano passado - acatou a solicitação, mas vetou o embarque de Flávio.

O Tribunal Regional Federal deverá julgar nesta segunda-feira recurso do Ministério Público Federal que pretende impedir a viagem.

Para justificar a autorização, a magistrada Sílvia Maria se baseou em um laudo médico, segundo o qual Sylvia está passando por uma situação de "estresse" emocional por conta da recente detenção do marido e do filho. Paulo Maluf foi liberado para viajar na condição de acompanhante, e ambos terão de retornar ao País dentro de 10 dias - quando deverão devolver seus passaportes, retidos mediante decisão judicial.

Paulo e Flávio Maluf ficaram 40 dias presos na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo, e foram soltos em 20 de outubro de 2005, mediante concessão de habeas-corpus para ambos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A maior parte dos recursos ilegais atribuídos aos Maluf - cerca de US$ 200 milhões - se encontra bloqueada na ilha Jersey, no canal da Mancha. Paulo Maluf nega possuir contas no exterior.