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Internacional
Segunda - 23 de Janeiro de 2006 às 07:23

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O candidato de centro-direita Aníbal Cavaco Silva, 66 anos, venceu as eleições presidenciais realizadas neste domingo em Portugal, com 50,59%após a apuração de quase 99% das cédulas. Restam ser computadas apenas três das 2.260 circunscrições eleitorais portuguesas. Dois dos três colégios eleitorais restantes correspondem a regiões que registraram grande índice de abstenção.

Às 18h25 (horario de Brasília), o ex-presidente português Mário Soares reconheceu hoje a eleição do centrista Aníbal Cavaco Silva como novo presidente. Em declarações aos jornalistas, feitas para reconhecer sua derrota, Soares disse que o tinha felicitado instantes antes e que lhe tinha desejado sucesso em seu primeiro mandato.

As pesquisas de boca-de-urna também davam a vitória ao professor de Economia, mas a vantagem de Cavaco Silva foi menor que a prevista pelas últimas pesquisas divulgadas. De acordo com o canal de televisão independente SIC, o ex-primeiro-ministro obteve entre 50,4% e 54,6% das preferências e, segundo a rede pública RTP1, 56,1%. Já o também privado canal TVI deu a Cavaco Silva uma vantagem de 50% a 54,8% dos votos.

Cavaco Silva era primeiro-ministro quando Portugal se integrou, em 1996, à Comunidade Econômica Européia (futura União Européia) e se beneficiou dos fundos comunitários que contribuíram para a sensível melhora das condições de vida do país.

Embora o presidente da República tenha poderes executivos limitados, Cavaco Silva garantiu, ao longo da campanha, que desta eleição dependerá "o futuro do país para cinco, dez ou 15 anos" e prometeu aos eleitores "fazer de seus sonhos uma realidade". Com este resultado, os portugueses mostraram que acreditam que ele poderá tirar o país da crise em que se encontra.

O primeiro boletim foi anunciado após o fechamento dos colégios eleitorais do arquipélago de Açores, às 20h GMT (18h de Brasília), uma hora depois de Portugal e Ilha Madeira. Cerca de 48% dos nove milhões de eleitores inscritos foram votar à tarde, segundo o porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Nuno Godinho de Matos, acrescentando que a taxa de participação deve ficar entre 60% e 70%. Até o meio-dia, apenas 20% dos eleitores tinham comparecido às urnas.

De acordo com as últimas análises, 40% dos eleitores declararam não ter a intenção de participar da votação, já que as pesquisas davam Cavaco Silva como vencedor. As enquetes também indicavam que os indecisos e os abstencionistas estavam no campo da esquerda.

O deputado e poeta Manuel Alegre foi o segundo candidato mais votado, com 20,72% dos sufrágios (1.122.125 votos). Na terceira colocação ficou o ex-presidente e líder histórico socialista Mário Soares, com 14,34% (776.618 votos). Depois de Soares ficou o líder comunista Jerónimo de Sousa, que registrou 8,60% da preferência do eleitorado (465.566 votos). Em quinto lugar ficou o radical Francisco Louçã, com 5,31% (287.631 votos). O último foi o advogado António Garcia Pereira, candidato de extrema esquerda, com apenas 0,44% (23.584 votos).

Os candidatos socialistas, comunistas e da esquerda alternativa pediram aos eleitores que fossem em massa às urnas, na esperança de conseguir um segundo turno, o que configuraria uma clássica disputa entre direita e esquerda.

Depois de votar em uma seção eleitoral de Lisboa pela manhã, Cavaco Silva se recusou a fazer previsões, limitando-se a responder à imprensa que "esperava com serenidade" o veredicto dos eleitores.




Fonte: AFP

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