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Internacional
Domingo - 22 de Janeiro de 2006 às 23:40

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O trágico erro cometido pela Polícia britânica ao confundir o brasileiro Jean Charles de Menezes com um terrorista suicida vai gerar uma investigação dos erros de comunicação entre os funcionários da Scotland Yard. A investigação será realizada pela Autoridade de Polícia Metropolitana, segundo a edição de hoje do jornal The Independent, depois que a Comissão Independente de Queixas da Polícia apresentou um relatório sobre a morte de Jean Charles à Promotoria da Coroa.

Embora o conteúdo deste relatório não tenha sido revelado, acredita-se que a Promotoria indicou que há motivos para apresentar acusações criminais contra pelo menos dez funcionários da Polícia envolvidos na execução.

Segundo fontes da Autoridade de Polícia Metropolitana, preocupa o fato de que uma falha de comunicação tenha sido responsável pela morte do brasileiro, executado em 22 de julho com oito tiros disparados à queima-roupa pela Polícia em um vagão de metrô.

"Pelo que sabemos, as ordens não estavam suficientemente claras, por isso são necessárias melhores comunicações nesse tipo de operações", disseram as fontes ao diário britânico.

O relatório da Comissão de Queixas da Polícia foi entregue a pouquíssimas pessoas, entre elas o ministro do Interior, para evitar filtragens.

No entanto, segundo o Independent, os investigadores puseram em xeque a estratégia da chamada "Operação Kratos" para combater os terroristas suicidas. Tal operação autoriza os comandantes a ordenar aos funcionários que dependem deles a atuar apenas seguindo instruções. Isso significa que o funcionário em questão não tem poder de decisão sobre suas próprias ações, mas se limita a cumprir o que lhe é ordenado.

A comandante Cressida Dick, que estava à frente das operações no dia em que Jean Charles morreu, disse aos investigadores que ela tinha ordenado simplesmente "deter" o brasileiro.

Por outro lado, o comissário-chefe da Polícia Metropolitana, Ian Blair, expõe-se a uma segunda investigação por parte da Comissão Independente de Queixas da Polícia, depois que a família do brasileiro o acusou de declarações enganosas sobre a vítima.

Fontes da Polícia disseram que Jean Charles poderia estar levando cocaína no momento de sua morte, algo que a família do eletricista qualifica de difamação.





Fonte: EFE

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