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Rice leva sua revolução silenciosa ao Departamento de Estado
Sem muito alarde, mas com um plano muito claro, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, anunciou na semana passada uma série de reformas que, somadas, representam uma revolução silenciosa na diplomacia dos Estados Unidos.
Ao chegar ao Departamento de Estado, que na próxima quinta-feira completará o primeiro aniversário, Rice encontrou uma instituição desgastada por quatro anos de tensões com o Pentágono.
Em sua primeira reunião com os funcionários do departamento, Rice deixou claro que ia impor mudanças, sob o que chamou de "diplomacia transformadora", uma estratégia que, segundo ela mesma admitiu, tem o objetivo de "mudar o mundo".
O Departamento de Estado "vai liderar um esforço tremendo para usar nossa diplomacia, literalmente, para mudar o mundo", declarou na época.
A "diplomacia transformadora", explicou, supõe "realizar novas tarefas, romper velhos hábitos, trabalhar com gente que está tentando levar a cabo essas mudanças". Semana passada, um ano depois de tais palavras, anunciou uma série de revisões que têm exatamente esse objetivo.
Em um discurso na Universidade de Georgetown, Rice voltou a aludir à "diplomacia transformadora" para anunciar uma profunda reforma nos destinos do serviço diplomático.
A partir de agora, explicou, será reduzido o pessoal das embaixadas na Europa, onde os EUA concentraram seus esforços durante a Guerra Fria, e dos escritórios em Washington, para abrir novos postos diplomáticos em regiões emergentes.
"No século XXI, nações emergentes, como Índia, China, Brasil, Egito, Indonésia e África do Sul, estão mudando cada vez mais o curso da história", afirmou Rice, que lembrou que hoje em dia o corpo diplomático dos EUA na Alemanha, país com 82 milhões de habitantes, é do mesmo tamanho do que serve na Índia, com 1 bilhão.
A secretária de Estado assegurou também que, a partir de agora, os diplomatas só receberão promoções para cargos mais altos se estiverem dispostos a deslocar-se a áreas complicadas.
Mas as mudanças não param por aí. Ainda mais significativa é a nomeação, anunciada na quinta-feira, de Randall Tobias, até agora coordenador da luta contra a aids, como diretor de Ajuda Exterior, um cargo novo.
Este anúncio representa uma reestruturação da assistência ao desenvolvimento que, segundo seus críticos, poderia subordinar a concessão de ajuda externa aos objetivos da política externa dos EUA, em particular, aos que se referem à democratização e à "guerra contra o terrorismo".
Na cerimônia da nomeação de Tobias, um ex-executivo farmacêutico e importante doador do Partido Republicano, Rice afirmou: "Os recursos que destinamos devem capacitar os países em desenvolvimento a fortalecer a segurança, a consolidar a democracia, a aumentar o comércio e os investimentos e a melhorar as vidas de seus cidadãos".
A nomeação de Tobias, cujo cargo é equivalente ao de secretário de Estado adjunto, deve receber a confirmação do Senado.
Organizações não-governamentais dedicadas à assistência externa expressaram preocupação com a reforma.
Jim Bishop, da InterAction, a maior coalizão de ONGs americanas dedicadas à ajuda ao desenvolvimento, disse que é necessário esperar as audiências de confirmação no Senado para determinar o que pode ocorrer.
Antes de ser formalmente nomeado, Bishop tinha declarado: "Preocupa-nos o fato de não se dar a mesma prioridade ao desenvolvimento a longo prazo, se os recursos são destinados a apoiar objetivos diplomáticos e militares a curto prazo".
O Departamento de Estado nega que a medida se trate de uma politização da ajuda e assinala que o sistema existente até agora é um legado da Guerra Fria, que separava a ajuda em 18 contas diferentes, algo que Tobias se encarregará de harmonizar.
Agora, o grande desafio de Rice e de sua "diplomacia transformadora" é tentar aumentar seu controle dos fundos de ajuda externa em detrimento do Congresso, o encarregado máximo de administrar os orçamentos do país.
Mas, em um ano de eleições no Congresso, essa batalha pode estar entre as mais complicadas que Rice já enfrentou.
Em sua primeira reunião com os funcionários do departamento, Rice deixou claro que ia impor mudanças, sob o que chamou de "diplomacia transformadora", uma estratégia que, segundo ela mesma admitiu, tem o objetivo de "mudar o mundo".
O Departamento de Estado "vai liderar um esforço tremendo para usar nossa diplomacia, literalmente, para mudar o mundo", declarou na época.
A "diplomacia transformadora", explicou, supõe "realizar novas tarefas, romper velhos hábitos, trabalhar com gente que está tentando levar a cabo essas mudanças". Semana passada, um ano depois de tais palavras, anunciou uma série de revisões que têm exatamente esse objetivo.
Em um discurso na Universidade de Georgetown, Rice voltou a aludir à "diplomacia transformadora" para anunciar uma profunda reforma nos destinos do serviço diplomático.
A partir de agora, explicou, será reduzido o pessoal das embaixadas na Europa, onde os EUA concentraram seus esforços durante a Guerra Fria, e dos escritórios em Washington, para abrir novos postos diplomáticos em regiões emergentes.
"No século XXI, nações emergentes, como Índia, China, Brasil, Egito, Indonésia e África do Sul, estão mudando cada vez mais o curso da história", afirmou Rice, que lembrou que hoje em dia o corpo diplomático dos EUA na Alemanha, país com 82 milhões de habitantes, é do mesmo tamanho do que serve na Índia, com 1 bilhão.
A secretária de Estado assegurou também que, a partir de agora, os diplomatas só receberão promoções para cargos mais altos se estiverem dispostos a deslocar-se a áreas complicadas.
Mas as mudanças não param por aí. Ainda mais significativa é a nomeação, anunciada na quinta-feira, de Randall Tobias, até agora coordenador da luta contra a aids, como diretor de Ajuda Exterior, um cargo novo.
Este anúncio representa uma reestruturação da assistência ao desenvolvimento que, segundo seus críticos, poderia subordinar a concessão de ajuda externa aos objetivos da política externa dos EUA, em particular, aos que se referem à democratização e à "guerra contra o terrorismo".
Na cerimônia da nomeação de Tobias, um ex-executivo farmacêutico e importante doador do Partido Republicano, Rice afirmou: "Os recursos que destinamos devem capacitar os países em desenvolvimento a fortalecer a segurança, a consolidar a democracia, a aumentar o comércio e os investimentos e a melhorar as vidas de seus cidadãos".
A nomeação de Tobias, cujo cargo é equivalente ao de secretário de Estado adjunto, deve receber a confirmação do Senado.
Organizações não-governamentais dedicadas à assistência externa expressaram preocupação com a reforma.
Jim Bishop, da InterAction, a maior coalizão de ONGs americanas dedicadas à ajuda ao desenvolvimento, disse que é necessário esperar as audiências de confirmação no Senado para determinar o que pode ocorrer.
Antes de ser formalmente nomeado, Bishop tinha declarado: "Preocupa-nos o fato de não se dar a mesma prioridade ao desenvolvimento a longo prazo, se os recursos são destinados a apoiar objetivos diplomáticos e militares a curto prazo".
O Departamento de Estado nega que a medida se trate de uma politização da ajuda e assinala que o sistema existente até agora é um legado da Guerra Fria, que separava a ajuda em 18 contas diferentes, algo que Tobias se encarregará de harmonizar.
Agora, o grande desafio de Rice e de sua "diplomacia transformadora" é tentar aumentar seu controle dos fundos de ajuda externa em detrimento do Congresso, o encarregado máximo de administrar os orçamentos do país.
Mas, em um ano de eleições no Congresso, essa batalha pode estar entre as mais complicadas que Rice já enfrentou.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/323347/visualizar/
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