Preso chefe do PCC que teria ordenado ataques em SP

Policiais do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos) da Polícia Civil de São Paulo prenderam hoje um suposto chefe do PPC (Primeiro Comando da Capital), acusado de comandar os ataques policiais militares em São Paulo. Jonatas do Nascimento Viana, 23, o BMW, foi preso em flagrante por porte de arma, com uma pistola calibre 380, no Parque Novo Mundo. Na semana passada, dois postos da polícia foram atacados em 48 horas.

O Denarc descobriu que os ataques foram planejados por conferências telefônicas das quais participavam BMW e dois presos. As centrais telefônicas eram clandestinas.

Os presos que participaram das conferências são Márcio Pereira da Silva, 23, o Romário, que cumpre pena em Riolândia - 562 km de São Paulo-, e outro identificado como Querosene ou Bola de Fogo, preso em Mirandópolis 2, a 607 km da capital.

Uma das centrais foi estourada pelo Denarc, na última terça-feira, na Casa Verde, na zona norte, quando foram presos Denis Diorge Yatsunami, 31 anos, o Koga ou Japonês, e Cleverson Ramos da Silva, 23, o Nego Cleverson.

Sob as ordens de BMW, Denis e Cleverson atacaram a base da PM, na avenida Braz Leme, em Santana, às 4h15 do dia 11 de janeiro. Além dos presos, participaram do ataque Everton Rezende do Nascimento, 23 anos, o Biziba; e Marcelo Vieira, 34, o Capetinha, ambos foragidos.

Outro envolvido na organização dos ataques é Douglas Nestor de França, 26 anos, o Camarote, também foragido. Ele e BMW deram a ordem para executar o PM Luiz Cláudio Monteiro, às 7h30 do último dia 12, no Viaduto Curuçá, na Vila Maria, na zona norte da capital.

Troca de apelidos

A base dos acusados era a zona norte de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública. BMW tinha endereço na Favela do Violão, na Vila Sabrina. Quando o Denarc tentou prendê-lo, na favela, BMW fugiu para Itanhaém, no Litoral Sul, onde mantinha alugada uma casa para refúgio. Ele foi preso perto da favela, no Terminal de Cargas Fernão Dias.

Durante as investigações, a polícia detectou que uma das estratégias do crime organizado é a troca de apelidos. Os presidiários e os chefes do PCC na rua, ao conversarem nas conferências, mudam de apelidos para tentar confundir os policiais. Assim, Bola de Fogo virou Querosene, Camarão virou Camarote.