Repórter News - reporternews.com.br
País opta por energia com mais efeito estufa
Rio de Janeiro - O leilão de energia nova, realizado em 16 de dezembro, acabou por privilegiar a geração de energia suja em detrimento de uma mais limpa. Quase 70% dos 3.286 megawatts (MW) leiloados serão gerados por termoelétricas, que queimam combustíveis fósseis e lançam mais carbono na atmosfera do que as hidrelétricas.
Se todas funcionarem ao mesmo tempo, elas lançarão mais 11,35 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Isso representa um aumento de 2,8% de toda a emissão do gás no País, que hoje é de cerca de 400 milhões de toneladas de CO2. Levando em conta apenas a quantidade emitida pelo setor energético, o crescimento é de 11%.
“Supersimplificadamente, estamos criando um Protocolo de Kyoto ao contrário para o Brasil”, diz Roberto Schaeffer, professor da Coordenação de Pós-graduação de Engenharia da UFRJ (Coppe). Isso porque os países ricos que participam do acordo precisam reduzir em média 5,2% de suas emissões de gases que provocam o efeito estufa, basicamente mudando a base energética suja que utilizam. “Como o Brasil sempre teve uma base limpa, então qualquer mudança tem grandes conseqüências”, afirma.
Segundo o secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, o resultado do leilão “nos coloca numa posição difícil”, uma vez que a política ambiental propagandeada pelo Brasil no exterior é que privilegia hidrelétricas e biomassa.
Ficará mais difícil para o País se manter distante dos debates internacionais sobre tecnologias ambientalmente sustentáveis no setor. “O Brasil caiu numa armadilha, porque a tendência é que as termoelétricas continuem a ganhar espaço para suprir a necessidade energética do País. Ambientalmente falando, foi muito negativo”, diz Pinguelli. O secretário de Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, especialista em energia e um dos primeiros articuladores brasileiros na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, diz que o resultado do leilão foi um “desserviço”: “O País não pode abandonar as hidrelétricas. É andar na contramão. O Brasil apresentado no exterior tem foco na biomassa, introduziu o etanol, e usa hidrelétrica. Vamos acabar perdendo esse perfil.”
As termoelétricas que ganharam o contrato queimam gás natural, carvão ou óleo diesel para gerar energia. Somente 97 MW, ou menos de 3% da energia leiloada, virá da biomassa, de uso sustentável. Elas são ativadas quando há estiagem e o reservatório de água é baixo.
Mesmo o gás natural, fonte menos poluente do que o carvão mineral, emite dióxido de carbono. “Globalmente, essa poluição não será sentida imediatamente. Mas esse é um gás que permanece na atmosfera por mais de cem anos”, explica Schaeffer. As hidrelétricas perderam espaço no leilão pela demora na obtenção do licenciamento ambiental, emitido por órgãos estaduais e o Ibama.
Se todas funcionarem ao mesmo tempo, elas lançarão mais 11,35 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Isso representa um aumento de 2,8% de toda a emissão do gás no País, que hoje é de cerca de 400 milhões de toneladas de CO2. Levando em conta apenas a quantidade emitida pelo setor energético, o crescimento é de 11%.
“Supersimplificadamente, estamos criando um Protocolo de Kyoto ao contrário para o Brasil”, diz Roberto Schaeffer, professor da Coordenação de Pós-graduação de Engenharia da UFRJ (Coppe). Isso porque os países ricos que participam do acordo precisam reduzir em média 5,2% de suas emissões de gases que provocam o efeito estufa, basicamente mudando a base energética suja que utilizam. “Como o Brasil sempre teve uma base limpa, então qualquer mudança tem grandes conseqüências”, afirma.
Segundo o secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, o resultado do leilão “nos coloca numa posição difícil”, uma vez que a política ambiental propagandeada pelo Brasil no exterior é que privilegia hidrelétricas e biomassa.
Ficará mais difícil para o País se manter distante dos debates internacionais sobre tecnologias ambientalmente sustentáveis no setor. “O Brasil caiu numa armadilha, porque a tendência é que as termoelétricas continuem a ganhar espaço para suprir a necessidade energética do País. Ambientalmente falando, foi muito negativo”, diz Pinguelli. O secretário de Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, especialista em energia e um dos primeiros articuladores brasileiros na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, diz que o resultado do leilão foi um “desserviço”: “O País não pode abandonar as hidrelétricas. É andar na contramão. O Brasil apresentado no exterior tem foco na biomassa, introduziu o etanol, e usa hidrelétrica. Vamos acabar perdendo esse perfil.”
As termoelétricas que ganharam o contrato queimam gás natural, carvão ou óleo diesel para gerar energia. Somente 97 MW, ou menos de 3% da energia leiloada, virá da biomassa, de uso sustentável. Elas são ativadas quando há estiagem e o reservatório de água é baixo.
Mesmo o gás natural, fonte menos poluente do que o carvão mineral, emite dióxido de carbono. “Globalmente, essa poluição não será sentida imediatamente. Mas esse é um gás que permanece na atmosfera por mais de cem anos”, explica Schaeffer. As hidrelétricas perderam espaço no leilão pela demora na obtenção do licenciamento ambiental, emitido por órgãos estaduais e o Ibama.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/323547/visualizar/
Comentários