Rendimento da soja em Mato Grosso supera previsão

A produtividade das primeiras lavouras de soja de ciclo curto colhidas em Mato Grosso, o maior Estado produtor da oleaginosa no Brasil, mostra sinais de uma grande colheita, informou o Ministério da Agricultura em um comunicado.

No Paraná, o Estado número 2 em soja, o rendimento das primeiras áreas colhidas no oeste, no entanto, aponta uma queda em relação ao ano passado, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), do governo paranaense, que considera a falta de chuva como fator da redução.

A Reuters informou na semana passada que produtores de Lucas do Rio Verde, no norte de Mato Grosso, tinham iniciado a colheita da safra 2005/06 no início de janeiro. Lucas é tradicionalmente a primeira região a colher no Brasil.

O ministério citou o produtor mato-grossense Miguel Vaz Ribeiro, que informou estar obtendo expressivas 3,3 toneladas por hectare nas plantações de soja precoce em Lucas.

"Se não tivesse chovido, nós teríamos iniciado a colheita há dez dias," disse Ribeiro. "Agora, o tempo está bom, e se nós não tivermos nenhum fator negativo até o final de abril, nós teremos uma boa safra", afirmou.

Os produtores de Lucas, os quais plantaram 220 mil hectares, segundo a prefeitura local, tradicionalmente colhem cerca de 15 por cento de sua safra em janeiro.



Na temporada passada, a produtividade média obtida em Mato Grosso foi de 2,86 toneladas por hectare. Na atual safra, as plantações devem render 2,9 toneladas por hectare.

A soja precoce semeada em Lucas e em outras áreas do Centro-Oeste e também do Sul, costuma registrar produtividade menor do que a de ciclo mais longo. Lucas geralmente obtém melhores rendimentos devido ao clima favorável.

O ministério estima que o Brasil deve produzir 57,9 milhões de toneladas de soja, contra 51 milhões de toneladas registradas no ano passado, quando a safra foi prejudicada pela seca e também pela ferrugem asiática. Espera-se que o Mato Grosso colha cerca de 17 milhões de toneladas de soja.

No Brasil, normalmente 2 por cento das lavouras são colhidas em janeiro, 13 por cento em fevereiro, 40 por cento em março, 35 por cento em abril e 10 por cento em maio.