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Seqüestradores alertam contra tentativa de resgate na Nigéria
Os quatro trabalhadores estrangeiros do setor petrolífero seqüestrados por militantes nigerianos não serão agredidos se as autoridades não tentarem uma operação de resgate, garantiram os seqüestradores na quinta-feira, prometendo para breve uma nova onda de ataques contra instalações do setor.
O Movimento pela Emancipação do Delta do Níger, que em um mês de atos violentos conseguiu reduzir em 10 por cento a produção de petróleo da Nigéria, disse que não aceitará pagamento de resgate e repetiu a exigência de que dois líderes da etnia ijaw sejam libertados.
Segundo o grupo, o militante Mujahid Dokubo-Asari e o ex-governador do Estado de Bayelsa Diepreye Alamieyeseigha eram apenas mediadores qualificados nas negociações com o governo. Até agora, o governo da Nigéria não fez contato direto com o grupo.
Os militantes, cujos ataques elevaram o preço do petróleo a seu maior valor em quatro meses, qualificaram o presidente Olusegun Obasanjo de "ditador" e pediram maior autonomia regional.
Os quatro reféns — um norte-americano, um britânico, um búlgaro e um hondurenho — foram seqüestrados há oito dias em uma plataforma marítima da Royal Dutch Shell, empresa que mais investe na Nigéria.
"Não temos intenção de fazer mal a eles", disse o grupo em email à Reuters, ressalvando que a segurança dos reféns não estará garantida se o governo tentar resgatá-los.
Os militantes propuseram libertar o norte-americano Patrick Landry, que sofre de hipertensão, desde que o diretor-gerente da empresa norte-americana Tidex, onde Landry trabalha, o substituísse no cativeiro.
De sua base, nas falésias e mangues do sul da Nigéria, os militantes já explodiram dois oleodutos, matando 11 pessoas e provocando um enorme vazamento. Eles também atacaram pelo menos duas grandes plataformas de petróleo.
"Para demonstrar nosso desprezo pela presença militar nigeriana no delta do Níger, vamos realizar uma série de ataques muito significativos muito em breve", disse o grupo. "Estamos determinados a destruir todas as estações de bombeamento, seqüestrar ou matar cada trabalhador, se for necessário", afirmou o email.
O país mais populoso da África vive uma crescente polarização entre seu norte, basicamente muçulmano, e o sul, cristão e animista. Segundo analistas, a violência pode ter como objetivo permitir que a região do delta escolha o candidato governista para as eleições presidenciais de 2007.
Em 2003, uma rebelião dos ijaw paralisou 40 por cento da produção nigeriana de petróleo.
Até agora, a Shell é a única empresa do setor que admite prejuízos provocados pelos militantes. A francesa Total e a italiana Agip negam terem sido alvos de ataques.
A Shell ampliou a operação de retirada de seus funcionários do delta — mais de 520 pessoas já saíram de lá, segundo uma fonte do setor.
Centenas de outros funcionários do setor fugiram da região depois do ataque de domingo contra uma plataforma, que, segundo fontes de inteligência, matou pelo menos 12 soldados.
A Shell disse ter encontrado o corpo de um civil dado como desaparecido após o ataque. Outro civil havia morrido.
Os militantes disseram ter recebido contato de várias pessoas indicando que a Shell e o governo gostariam de pagar pela libertação dos reféns e pelo fim dos ataques.
"Não estamos interessados nessa opção e continuamos resolutos com a nossa exigência de que Alamieyeseigha e Asari sejam soltos antes que possamos considerar uma suspensão temporária dos ataques contra instalações petrolíferas", disse no email à Reuters.
Único governador nigeriano da etnia ijaw, Alamieyeseigha foi destituído no mês passado por lavagem de dinheiro, depois de escapar de ser preso na Grã-Bretanha. Ele agora sofre um processo criminal.
Asari, que comandou uma sangrenta rebelião no delta em 2004, está sendo julgado por traição.
A instabilidade na Nigéria, maior produtor de petróleo da África, pode ameaçar os planos dos Estados Unidos de obter na África Ocidental, dentro de dez anos, um quarto do petróleo que consome. Atualmente, 15 por cento do petróleo dos EUA vêm da região.
Segundo o grupo, o militante Mujahid Dokubo-Asari e o ex-governador do Estado de Bayelsa Diepreye Alamieyeseigha eram apenas mediadores qualificados nas negociações com o governo. Até agora, o governo da Nigéria não fez contato direto com o grupo.
Os militantes, cujos ataques elevaram o preço do petróleo a seu maior valor em quatro meses, qualificaram o presidente Olusegun Obasanjo de "ditador" e pediram maior autonomia regional.
Os quatro reféns — um norte-americano, um britânico, um búlgaro e um hondurenho — foram seqüestrados há oito dias em uma plataforma marítima da Royal Dutch Shell, empresa que mais investe na Nigéria.
"Não temos intenção de fazer mal a eles", disse o grupo em email à Reuters, ressalvando que a segurança dos reféns não estará garantida se o governo tentar resgatá-los.
Os militantes propuseram libertar o norte-americano Patrick Landry, que sofre de hipertensão, desde que o diretor-gerente da empresa norte-americana Tidex, onde Landry trabalha, o substituísse no cativeiro.
De sua base, nas falésias e mangues do sul da Nigéria, os militantes já explodiram dois oleodutos, matando 11 pessoas e provocando um enorme vazamento. Eles também atacaram pelo menos duas grandes plataformas de petróleo.
"Para demonstrar nosso desprezo pela presença militar nigeriana no delta do Níger, vamos realizar uma série de ataques muito significativos muito em breve", disse o grupo. "Estamos determinados a destruir todas as estações de bombeamento, seqüestrar ou matar cada trabalhador, se for necessário", afirmou o email.
O país mais populoso da África vive uma crescente polarização entre seu norte, basicamente muçulmano, e o sul, cristão e animista. Segundo analistas, a violência pode ter como objetivo permitir que a região do delta escolha o candidato governista para as eleições presidenciais de 2007.
Em 2003, uma rebelião dos ijaw paralisou 40 por cento da produção nigeriana de petróleo.
Até agora, a Shell é a única empresa do setor que admite prejuízos provocados pelos militantes. A francesa Total e a italiana Agip negam terem sido alvos de ataques.
A Shell ampliou a operação de retirada de seus funcionários do delta — mais de 520 pessoas já saíram de lá, segundo uma fonte do setor.
Centenas de outros funcionários do setor fugiram da região depois do ataque de domingo contra uma plataforma, que, segundo fontes de inteligência, matou pelo menos 12 soldados.
A Shell disse ter encontrado o corpo de um civil dado como desaparecido após o ataque. Outro civil havia morrido.
Os militantes disseram ter recebido contato de várias pessoas indicando que a Shell e o governo gostariam de pagar pela libertação dos reféns e pelo fim dos ataques.
"Não estamos interessados nessa opção e continuamos resolutos com a nossa exigência de que Alamieyeseigha e Asari sejam soltos antes que possamos considerar uma suspensão temporária dos ataques contra instalações petrolíferas", disse no email à Reuters.
Único governador nigeriano da etnia ijaw, Alamieyeseigha foi destituído no mês passado por lavagem de dinheiro, depois de escapar de ser preso na Grã-Bretanha. Ele agora sofre um processo criminal.
Asari, que comandou uma sangrenta rebelião no delta em 2004, está sendo julgado por traição.
A instabilidade na Nigéria, maior produtor de petróleo da África, pode ameaçar os planos dos Estados Unidos de obter na África Ocidental, dentro de dez anos, um quarto do petróleo que consome. Atualmente, 15 por cento do petróleo dos EUA vêm da região.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/323782/visualizar/
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