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Nacional
Quinta - 19 de Janeiro de 2006 às 22:01

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Ribeirão Preto - A Polícia Civil de Ribeirão Preto está investigando crimes de extorsão praticados por telefone contra famílias. Pessoas telefonam para as vítimas e afirmam que seqüestraram alguém da família ou que podem fazê-lo, informando detalhes sobre o alvo. Isso intimida as pessoas. Nos últimos três dias, dez casos foram registrados no município, sendo que em dois deles houve pagamento de dinheiro, com depósitos em contas correntes. A maioria das vítimas é de classe média e os valores extorquidos variam de R$ 1 mil a R$ 5 mil.

"Ninguém tem que ter receios, deve ligar para a polícia", disse o delegado seccional Benedito Antônio Valencise. Pelo menos em três dos casos as ligações telefônicas partiram de "celulares-bombas" (clonados) que estavam nas áreas de presídios da cidade.

Valencise não acredita que os criminosos, mesmo que de presídios, estejam ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). "Prefiro nem falar nesse lixo, que nada tem a ver com isso", comentou o delegado. Segundo ele, as contas nas quais os depósitos deveriam ser feitos são frias (feitas com documentos falsos) ou até de laranjas, inclusive parentes ou pessoas ligadas a presos.

Caso semelhante ocorreu em meados de 2005, em Ribeirão Preto, quando detectou-se que um homem, preso no Rio de Janeiro, tentou extorquir uma pessoa de Ribeirão Preto: a conta era da namorada de um detento. Um comerciante depositou R$ 3 mil na conta bancária dela e quem o extorquiu exigiu outra quantia. Aí ele procurou a polícia.

O delegado seccional de Ribeirão Preto acredita que existam vários grupos, sem ligações, aproveitando-se da situação, usando o esquema como forma de arrecadação de dinheiro para a execução de outros crimes e até comprar armas. Em 2005, poucos casos ocorreram na cidade, mas o esquema intensificou nos últimos dias e Valencise resolveu fazer o alerta. "Esse tipo de crime não ocorre só aqui", disse ele, pedindo para que as vítimas acionam a polícia pelo telefone 197. As vítimas também podem acionar a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e o Grupo Anti-Seqüestro (GAS).

"Muitas vítimas ficam intimidadas e não comunicam a tentativa de extorsão à polícia", comentou Valencise. Num caso, por exemplo, ele lembrou que um pai ficou desesperado com a possibilidade de sua filha ter sido seqüestrada. Porém, ela estava em seu trabalho. "As precipitações em fazer pagamentos podem facilitar outras tentativas de extorsão", lembrou o delegado. Mesmo em caso de seqüestro confirmado, Valencise avisa que a polícia está preparada para investigar.

Os números das contas telefônicas informadas às vítimas estão sendo investigadas pela polícia de Ribeirão Preto. A pena por extorsão varia de quatro a dez anos de prisão, a de formação de quadrilha de um a três anos, e a por seqüestro vai de um a cinco anos (dependendo do uso de armas ou não).





Fonte: Agência Estado

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