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Saúde
Quinta - 19 de Janeiro de 2006 às 17:34

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Londres - Um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista britânica The Lancet afirma que a eficácia do remédio Tamiflu contra a gripe aviária não está comprovada. Até agora, o Tamiflu é considerado um dos poucos remédios eficazes no tratamento da doença, e a Europa e os Estados Unidos armazenaram reservas do medicamento para serem usadas no caso de uma epidemia.

O relatório, elaborado pelo instituto de pesquisa italiano "Cochrane Vaccines Field" e financiado em parte pelo Ministério da Saúde britânico, indica, no entanto, que nenhum dos remédios existentes contra a gripe seria de grande eficácia nesta situação.

Além disso, o estudo afirma que será difícil conter uma potencial epidemia de gripe aviária só com medicamentos.

Os pesquisadores estudaram outros remédios usados contra a gripe, como o Relenza, similar ao Tamiflu, a amantadina e a rimantadina.

Para os especialistas, o uso de um antiviral não deve substituir a adoção de outras medidas mais úteis de saúde pública, como a higiene e o isolamento.

O chefe da pesquisa, Tom Jefferson, disse que até agora nem o Tamiflu nem o Relenza reduziram a mortalidade entre os poucos doentes de gripe aviária. "Sou membro da raça humana e espero que sejam eficazes, mas confiar em um único remédio é um suicídio", afirmou Jefferson.

Para Jefferson, não há dados suficientes sobre o uso dos dois remédios em uma epidemia: "Estamos tentando fazer com que as pessoas sejam realistas."

O Ministério da Saúde britânico, que providenciou a armazenagem de 14,6 milhões de doses do Tamiflu, disse em comunicado que afirmar que este remédio e o Relenza são ineficazes contra a gripe aviária "pode ser um engano".

Segundo o Ministério, não há dados suficientes para se chegar a esta conclusão, mas uma "estratégia de apoio" está sendo pesquisada. "Escolhemos o Tamiflu com base em uma assessoria científica independente, e se trata de um produto eleito internacionalmente", diz o comunicado. "Nossa estratégia antiviral está constantemente submetida à revisão e estamos analisando alternativas capazes de complementá-la".





Fonte: Agência Estado

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