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Agronegócios
Quinta - 19 de Janeiro de 2006 às 14:58

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Oficialmente, o Brasil plantará a primeira safra de algodão transgênico neste ano, mas 329 municípios, dentre eles 33 de Mato Grosso, somente poderão cultivar variedades convencionais. Isso é o que determina uma portaria do ministro Roberto Rodrigues (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) após ouvir a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), produtores e entidades representativas do setor.

A medida entra em vigor com a cotonicultura mato-grossense mergulhada em crise pela retração da área plantada, que resulta na demissão de 70 mil trabalhadores diretos e indiretos da cadeia produtiva do algodoeiro.

O algodão convencional é cultivado na abrangência do zoneamento agrícola definida pelo Ministério da Agricultura em 2.593 municípios de 16 estados. Mesmo questionando possíveis riscos de contaminação do meio ambiente pelos agrotóxicos aplicados nessas lavouras, ambientalistas as aceitam. Porém, com a legalização do plantio transgênico, o governo abriu discussões sobre o assunto e nesta semana Roberto Rodrigues definiu áreas proibidas para essa vertente da cotonicultura.

Em Mato Grosso o cultivo transgênico é proibido em Acorizal, Alta Floresta, Apiacás, Araguaiana, Aripuanã, Barão de Melgaço, Cáceres, Carlinda, Castanheira, Cocalinho, Colíder, Comodoro, Cotriguaçu, Cuiabá, Jangada, Juína, Juruena, Marcelândia, Matupá, Nova Bandeirante, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Nova Lacerda, Nova Monte Verde, Novo Mundo, Peixoto de Azevedo, Poconé, Porto Esperidião, Porto Estrela, Rondolândia, Terra Nova do Norte, Várzea Grande e Vila Bela da Santíssima Trindade.

A proibição ainda se estende parcialmente aos demais municípios fora dessa área, nas seguintes condições: num raio de 3 km em redor das cidades; numa faixa de proteção de 250m das lavouras algodoeiras convencionais e de 100m com uso de barreiras de milho; e numa distância de 800m dos campos destinados à produção de sementes.

Maradona- Não existe cotonicultura transgênica em Mato Grosso. Isso é o que sustenta a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). O mesmo entendimento era compartilhado com as entidades representativas da soja, até que a realidade mostrou que as lavouras tinham um novo componente, a cultivar transgênica argentina, que entrava clandestinamente no Brasil, e que ganhou o nome de Maradona.

De tanto plantar Maradona, o Brasil rendeu-se à modificação genética da soja, e agora, o produtor rural tem liberdade de escolha: cultiva a opção que melhor lhe convenha. O diretor-executivo da Ampa, Décio Tocantins, explica que a entidade trabalha rigorosamente dentro da legalidade, e que em assim sendo desconhece a existência de cultivo transgênico.

A proibição da transgenia entra em vigor às vésperas do plantio do algodão em Mato Grosso, num ambiente de incertezas.





Fonte: Da Assessoria

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