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Internacional
Quinta - 19 de Janeiro de 2006 às 11:20

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O Governo de Islamabad investiga se o ataque aéreo americano do dia 13 sobre uma aldeia paquistanesa matou três supostos membros da rede terrorista Al Qaeda, cujos corpos não foram encontrados.

Hoje, pela primeira vez, o Executivo paquistanês admitiu que o bombardeio sobre Damadola pode ter causado a morte de um número indeterminado de supostos insurgentes estrangeiros, embora não tenha dito se pertenciam à Al Qaeda.

O ministro do Interior paquistanês, Sheikh Rashid, disse à EFE que seu Governo recebeu informações de que o bombardeio matou "alguns militantes estrangeiros" e que seus corpos podem ter sido retirados do local por seus simpatizantes.

Vários meios de comunicação dos Estados Unidos disseram que três importantes membros da Al Qaeda podem ter morrido no bombardeio com mísseis lançado por um avião da CIA sobre uma pequena aldeia tribal paquistanesa, em um ataque que tinha como alvo o número dois da rede terrorista, o egípcio Ayman Al-Zawahiri.

O bombardeio deixou pelo menos 13 civis mortos, e seus corpos já foram recuperados.

Citando fontes de segurança paquistanesas não identificadas, esses veículos de comunicação disseram que podem ter morrido no ataque o principal especialista em explosivos da Al Qaeda, o egípcio Midhat Mursi, o genro de Al-Zawahiri e um responsável por operações em Kunar (Afeganistão).

Segundo as mesmas fontes, os três teriam ido ao local atacado, onde Al-Zawahiri teria estado convidado para uma festa.

Supostamente, o ataque dos EUA tinha o objetivo de matar o braço direito de Osama bin Laden. Segundo fontes dos serviços de inteligência paquistaneses, Al-Zawahiri teria visitado o povoado de Damadola, em Bajaur, três dias antes do bombardeio.

Após negar durante vários dias, o Governo do Paquistão admitiu hoje, pela primeira vez, que insurgentes estrangeiros podem ter morrido no ataque, mas disse que, até agora, os 13 corpos encontrados são de habitantes da região.

Além disso, um porta-voz do Ministério do Interior disse à EFE que, para poder provar que o bombardeio americano causou a morte de membros do grupo terrorista, "é preciso ter os corpos", o que até agora não foi possível.

Na última terça-feira, Faheem Wazir, agente político do distrito tribal de Bajaur, disse que de 10 a 12 terroristas foram convidados para jantar na semana passada em Bajaur. Segundo ele, "pelo menos quatro terroristas morreram", o que foi negado na época pelo Executivo de Islamabad.

Parte de confusão que cerca o assunto se deve ao fato de os Governos dos Estados Unidos e do Paquistão nem sequer terem admitido publicamente o ataque aéreo americano sobre território paquistanês.

Além disso, as informações estão surgindo aos poucos e através de fontes não identificadas.

Só se sabe com certeza que vários mísseis caíram sobre três casas contíguas da aldeia de Damadola e que mataram pelo menos 13 paquistaneses, além de terem causado a morte de um número indeterminado de estrangeiros.

Após apresentar, no último sábado, um protesto formal ao embaixador dos EUA em Islamabad por causa do ataque, o Ministério de Exteriores paquistanês disse que, "de acordo com as primeiras investigações, havia uma presença estrangeira na área e, com toda probabilidade, eles eram o alvo desde o outro lado da fronteira, no Afeganistão".

Em dezembro do ano passado, outro ataque dos EUA matou Abu Hamza Rabia, um egípcio que supostamente era o número três da Al Qaeda. Em maio, outro bombardeio semelhante tinha matado um importante membro da organização, Haitam Al Yemeni.





Fonte: EFE

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