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Internacional
Quarta - 18 de Janeiro de 2006 às 09:51

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A França, a Grã-Bretanha e a Alemanha divulgaram na quarta-feira um projeto de resolução pedindo que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) denuncie o Irã ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), abrindo assim as portas para eventuais sanções. O projeto foi distribuído para países membros da agência e deve ser analisado pelo quadro de diretores dela em um encontro de emergência.

Os três países da União Européia (UE) desejam que o encontro aconteça nos dias 2 e 3 de fevereiro.

Autoridades européias tentam convencer países como a Rússia e a China a ajudá-las a intensificar as pressões diplomáticas sobre o governo iraniano, que a UE e os EUA suspeitam estar tentando desenvolver armas nucleares sob o disfarce de um programa civil de energia atômica.

A resolução elaborada pelo chamado UE3 (Alemanha, França e Grã-Bretanha), cujo conteúdo foi lido para a Reuters por um diplomata, pede que o Irã "ajude a AIEA a esclarecer as questões relacionadas com as possíveis atividades envolvendo armas nucleares" e pede que o chefe da agência, Mohamed ElBaradei, "envie uma cópia desta resolução ao Conselho de Segurança".

O Irã ainda não se manifestou sobre o texto.

No entanto, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, já disse que o mundo não conseguiria afastar os iranianos de seu "desenvolvimento científico".

Hossein Entezami, porta-voz do Supremo Conselho Nacional de Segurança do Irã, deu uma declaração com um tom um pouco mais conciliador.

"O Irã ainda convida o UE3 para continuar a negociar. O Irã acredita que os métodos diplomáticos são os melhores para solucionar esta questão. O Irã espera que a UE adote métodos lógicos com relação ao caso", afirmou Entezami à Reuters, em Teerã.

Apesar de a denúncia do país islâmico ao Conselho de Segurança ser um passo rumo à imposição de sanções, diplomatas e analistas dizem que ainda há um longo caminho a percorrer antes da efetiva adoção de tais medidas.

Na semana passada, o UE3 resolveu unir-se aos EUA nos apelos para a denúncia do Irã ao Conselho de Segurança. A manobra foi adotada depois de o país islâmico ter retomado as pesquisas sobre o enriquecimento de urânio, uma tecnologia que, segundo temem as potências ocidentais, poderia ser usada para bombas nucleares.

O Irã diz que seu programa visa apenas à produção de energia elétrica por meio de usinas atômicas.

O projeto de resolução do UE3 ainda deve sofrer alterações.

A Rússia e a China, que integram o quadro diretor da AIEA e são membros permanentes do Conselho de Segurança, deram sinais de que têm dúvidas sobre os benefícios de levar o caso à ONU.





Fonte: Reuters

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