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Cidades/Geral
Quarta - 18 de Janeiro de 2006 às 07:03
Por: Keka Werneck

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Apesar do juiz Alberto Ferreira de Souza, da 3ª Vara de Fazenda Pública de Cuiabá, ter acatado o pedido de ilegalidade da greve dos investigadores de polícia e escrivães, feito pelo governo do Estado, as duas categorias, que compõem um movimento único, decidiram não voltar ao trabalho hoje e arcar com a multa de R$ 10 mil diária, estipulada para cada uma das partes, na mesma decisão judicial.

Ontem à tarde, os grevistas fizeram um apitaço em frente à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Depois disso, o secretário de Segurança Pública, Célio Wilson, recebeu a comissão de negociação, em uma reunião que durou 2 horas, mas deixou claro que, sem o retorno imediato ao trabalho, o governo não aceita negociar. De qualquer forma, garantiu que estaria encaminhando ao governador Blairo Maggi as reivindicações feitas.

A paralisação chega hoje ao terceiro dia, com adesão de 100%, em todo Mato Grosso.

Às 8 horas, os grevistas se reúnem no Sindicato dos Agentes de Polícia (Siagespoc), em Cuiabá, para planejar as ações do dia e esperam por uma resposta amistosa do governo.

Já que o principal argumento contra a greve é o de que a polícia presta serviço essencial e por isso não poderia parar, os grevistas fazem questão de mostrar provas de que estão mantendo 30% do efetivo, para emergências: liberação de cadáver, auto de flagrante e requisição de exames e perícia.

Célio Wilson garante que as duas categorias foram vistas pelo governo nos últimos anos de forma especial e que, em 2003, os investigadores oneraram em 54% a folha de pagamento, devido a reajustes, e os escrivães, 48%.

Para defender o contrário disso, o escrivão Oziel Araújo, 33 anos, apresenta uma tabela comparativa. "Em 2001, nosso salário era de R$ 760 e o dos delegados, R$ 3,5 mil. Em 2002, nosso salário se manteve e o dos delegados foi para R$ 6,5 mil. Em 2003, o deles se manteve e o nosso subiu para R$ 940. Em 2004, o nosso foi para R$ 1,2 mil e o dos delegados para R$ 8.532. Agora estamos pleiteando um reajuste digno e eles querendo ganhar de R$ 14 a R$ 16 mil", reclama.

Para o secretário Célio Wilson, os investigadores entregaram uma tabela, em que o menor salário admitido é o de R$ 3,6 e o maior R$ 5,2.




Fonte: A Gazeta

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