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Turco Ali Agca pode voltar para a prisão
Mehmet Ali Agca, o turco que tentou assassinar o Papa João Pablo II em 1981, poderia voltar para a prisão, já que o ministro da Justiça, Cemil Cicek, pediu nesta terça-feira à Corte de Cassação que anule a sentença de absolvição antecipada.
A decisão de absolvição antecipada foi emitida no dia 8 de janeiro por um tribunal de Istambul em virtude de uma anistia de 2002 e de pedidos de suspensão de condenação amplamente criticados na época, inclusive pelo próprio ministro Cemil Cicek.
De fato, algumas horas depois da libertação do ex-militante ultranacionalista, Cicek mencionou um possível "erro" e anunciou sua intenção de se opor à resolução. Seu antecessor, Hikmet Sami Turk, denunciou "um grave erro" do ponto de vista legal e estimou que Ali Agca, extraditado da Itália em 2000, deveria recuperar sua liberdade apenas em 2012.
Além do código penal turco, ainda se acrescentam freqüentes anistias que apenas complicam ainda mais a situação. Neste caso, parece ter ocorrido um erro de cálculo sobre o número de anos cumpridos por Agca na Itália. Segundo o tribunal de Istambul, Agca teria cumprido 20 anos, em vez dos 19 anos e um mês contabilizados pelo tribunal italiano.
"O aspecto crítico é o número de anos que Ali Agca passou na prisão na Itália. O juiz disse que são 20 anos. Verificaremos o cálculo. Se tiverem sido 19 anos e não 20, ele terá de voltar para a prisão", declarou Cicek ao jornal Milliyet.
Nascido em 1958, de uma família muito pobre de Hekimhan, província de Malatya (leste da Turquia), Ali Agca estudou na faculdade de Ciências Econômicas de Istambul, onde começou a se relacionar com integrantes da extrema-direita nacionalista. Militou na organização de jovens chamada "Os idealistas", próxima ao Partido de Ação Nacionalista, cujo chefe, o ex-coronel Aspalan Turques, foi preso no momento do atentado da Praça de São Pedro.
No dia 13 de maio de 1981, Mehmet Ali Agca, militante ultra-nacionalista, então com 23 anos de idade, abriu fogo contra João Paulo II na praça São Pedro em Roma, no momento que o Santo Padre participava de uma audiência em carro aberto.
Restabelecido, João Paulo II encontrou o agressor na prisão, concedendo-lhe o perdão. O motivo desta tentativa frustrada de assassinato ainda é um mistério. Um envolvimento dos serviços secretos búlgaros e soviéticos foi analisado, mas nada foi provado até hoje.
Quando João Paulo II morreu em abril de 2005, Agca declarou em sua cela que estava de luto por seu "irmão espiritual" e pediu às autoridades turcas que o deixassem assistir aos funerais do Papa, mas o pedido foi rejeitado.
Extraditado para a Turquia no dia 14 de junho de 2000, Agca já havia sido condenado à prisão perpétua em seu país por um assalto a banco cometido nos anos 70 e pelo assassinato de um jornalista turco em 1979, uma pena comutada depois para 10 anos de prisão.
A libertação de Ali Agca causou constrangimento na Turquia. Sua saída da prisão foi festejada nas ruas de Istambul e um grupo de torcedores da equipe de futebol de Malatya, no leste do País, de onde Agca é originário, gritaram lemas elogiando seu compatriota por ter tentado matar o Papa.
Agca também é conhecido na Turquia pelo assassinato em 1979 de um célebre jornalista liberal, Abdi Ipekiçi. Por este crime, Agca foi condenado à revelia à morte em 1980, depois de ter fugido de uma prisão de Istambul.
As lembranças sombrias desta época de terror na qual os extremistas de direita e de esquerda se enfrentavam à luz do dia nas ruas, causando centenas de mortos, persistem na memória coletiva. Como se fosse pouco, Ali Agca foi declarado "inapto" para o serviço militar, que todo turco maior de 18 anos é obrigado a cumprir.
As dúvidas sobre seu estado psíquico e sua capacidade de reintegrar-se na sociedade multiplicaram-se por conta da publicação de fragmentos de cartas delirantes que escreveu na prisão, nas quais se apresenta como voluntário para assassinar o chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e afirma ter rejeitado uma oferta do Vaticano para ser cardeal.
De fato, algumas horas depois da libertação do ex-militante ultranacionalista, Cicek mencionou um possível "erro" e anunciou sua intenção de se opor à resolução. Seu antecessor, Hikmet Sami Turk, denunciou "um grave erro" do ponto de vista legal e estimou que Ali Agca, extraditado da Itália em 2000, deveria recuperar sua liberdade apenas em 2012.
Além do código penal turco, ainda se acrescentam freqüentes anistias que apenas complicam ainda mais a situação. Neste caso, parece ter ocorrido um erro de cálculo sobre o número de anos cumpridos por Agca na Itália. Segundo o tribunal de Istambul, Agca teria cumprido 20 anos, em vez dos 19 anos e um mês contabilizados pelo tribunal italiano.
"O aspecto crítico é o número de anos que Ali Agca passou na prisão na Itália. O juiz disse que são 20 anos. Verificaremos o cálculo. Se tiverem sido 19 anos e não 20, ele terá de voltar para a prisão", declarou Cicek ao jornal Milliyet.
Nascido em 1958, de uma família muito pobre de Hekimhan, província de Malatya (leste da Turquia), Ali Agca estudou na faculdade de Ciências Econômicas de Istambul, onde começou a se relacionar com integrantes da extrema-direita nacionalista. Militou na organização de jovens chamada "Os idealistas", próxima ao Partido de Ação Nacionalista, cujo chefe, o ex-coronel Aspalan Turques, foi preso no momento do atentado da Praça de São Pedro.
No dia 13 de maio de 1981, Mehmet Ali Agca, militante ultra-nacionalista, então com 23 anos de idade, abriu fogo contra João Paulo II na praça São Pedro em Roma, no momento que o Santo Padre participava de uma audiência em carro aberto.
Restabelecido, João Paulo II encontrou o agressor na prisão, concedendo-lhe o perdão. O motivo desta tentativa frustrada de assassinato ainda é um mistério. Um envolvimento dos serviços secretos búlgaros e soviéticos foi analisado, mas nada foi provado até hoje.
Quando João Paulo II morreu em abril de 2005, Agca declarou em sua cela que estava de luto por seu "irmão espiritual" e pediu às autoridades turcas que o deixassem assistir aos funerais do Papa, mas o pedido foi rejeitado.
Extraditado para a Turquia no dia 14 de junho de 2000, Agca já havia sido condenado à prisão perpétua em seu país por um assalto a banco cometido nos anos 70 e pelo assassinato de um jornalista turco em 1979, uma pena comutada depois para 10 anos de prisão.
A libertação de Ali Agca causou constrangimento na Turquia. Sua saída da prisão foi festejada nas ruas de Istambul e um grupo de torcedores da equipe de futebol de Malatya, no leste do País, de onde Agca é originário, gritaram lemas elogiando seu compatriota por ter tentado matar o Papa.
Agca também é conhecido na Turquia pelo assassinato em 1979 de um célebre jornalista liberal, Abdi Ipekiçi. Por este crime, Agca foi condenado à revelia à morte em 1980, depois de ter fugido de uma prisão de Istambul.
As lembranças sombrias desta época de terror na qual os extremistas de direita e de esquerda se enfrentavam à luz do dia nas ruas, causando centenas de mortos, persistem na memória coletiva. Como se fosse pouco, Ali Agca foi declarado "inapto" para o serviço militar, que todo turco maior de 18 anos é obrigado a cumprir.
As dúvidas sobre seu estado psíquico e sua capacidade de reintegrar-se na sociedade multiplicaram-se por conta da publicação de fragmentos de cartas delirantes que escreveu na prisão, nas quais se apresenta como voluntário para assassinar o chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e afirma ter rejeitado uma oferta do Vaticano para ser cardeal.
Fonte:
AFP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/324301/visualizar/
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