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Internacional
Terça - 17 de Janeiro de 2006 às 20:42

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O primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, disse na terça-feira que espera retomar as negociações de paz com os palestinos após as eleições de março, mas isso se os grupos militantes forem desarmados antes. Os comentários de Olmert a respeito do assunto foram os mais detalhados dele desde que assumiu o cargo no lugar de Ariel Sharon e não representam uma mudança em relação à postura adotada pelo líder israelense, hospitalizado desde que sofreu um grande derrame cerebral, no dia 4 de janeiro.

Olmert também adotou a mesma linha de Sharon a respeito do programa nuclear do Irã, afirmando que o Estado judaico nunca poderia permitir que os iranianos obtivessem armas atômicas.

Segundo pesquisas de opinião, Olmert, 60, está bastante à frente na corrida para as eleições gerais de 28 de março. O premiê interino chefia o Kadima, partido de centro fundado por Sharon antes de cair doente.

O atual dirigente de Israel afirmou ter esperanças de negociar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, depois do pleito israelense e das eleições legislativas marcadas para acontecer nos territórios palestinos no dia 25 de janeiro.

"Espero que, com base no resultado das eleições deles, e após o resultado das nossas eleições, sejamos capazes de entrar em negociações", afirmou a repórteres.

Mas Olmert deixou claro que qualquer negociação dependeria de Abbas "manter sua promessa de desarmar os grupos terroristas".

Sharon sempre descartou realizar negociações sobre a criação de um Estado palestino antes do desarmamento, que, segundo o plano de paz patrocinado pelos EUA, já deveria ter começado.

Israel, de outro lado, não cumpriu sua promessa, prevista no mesmo plano, de congelar as obras de expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada.

"Queremos que o senhor Olmert, ou qualquer um que se torne primeiro-ministro de Israel, cumpra as obrigações israelenses," disse Saeb Erekat, principal negociador palestino.

"A Autoridade Palestina também está empenhada em cumprir as suas obrigações."

Olmert disse ainda que o programa nuclear do Irã seria parte importante de sua agenda. Sem sugerir qual medida pode ser adotada contra o governo iraniano, o premiê interino afirmou que Israel "não pode de forma nenhuma e sob circunstância nenhuma" permitir que o país islâmico obtenha armas atômicas.

O Estado judaico, que seria atualmente a única potência nuclear do Oriente Médio, acusa o Irã de tentar desenvolver bombas atômicas sob o disfarce de um programa civil de energia nuclear.

O nível de tensão aumentou depois de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ter dito, recentemente, que Israel deveria ser varrido do mapa e ter questionado a existência do Holocausto.





Fonte: Reuters

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